terça-feira, 11 de março de 2008

O PAPEL DA IGREJA , DO SEMINÁRIO E DA MISSÃO NA OBRA MISSIONÁRIA

TÍTULO: MISSÕES
TEMA: OS PAPEL DA IGREJA , DO SEMINÁRIO E DA MISSÃO NA OBRA MISSIONÁRIA
I – O PAPEL DA IGREJA LOCAL:
1. A igreja reconhece e chamada e seleciona os candidatos.
1.1. Ninguém melhor do que a igreja para reconhecer e identificar uma pessoa chamada
para a obra missionária.
1.2. A igreja vê o fruto e identifica o dom, porque está convivendo e trabalhando com a
pessoa.
1.3. Por isso, é muito importante e de muita responsabilidade a recomendação que uma
igreja dá a uma pessoa para ir ao campo missionário.
1.4. Se a pessoa não produz fruto no seu país, não produzirá também no campo
missionário, e quem atesta a produção do fruto é a igreja local.
2. A igreja treina o candidato:
2.1. Cada igreja deveria ter o seu próprio treinamento para candidatos a missões.
Ninguém melhor do que o pastor se é um pastor que produz frutos, para treinar,
orientar e participar com o candidato na obra missionária.
2.2. Veja na Bíblia o que o apóstolo Paulo fez com Timóteo(At 16.1-3). Além deste
treinamento prático, Paulo continuou trabalhando Timóteo até a sua morte.
2.3. Portanto, o melhor treinamento surge na igreja local, que deve estar atenta à sua
enorme responsabilidade no campo, precisa cuidar para que seja biblicamente
estruturada, responsável, espiritualmente amadurecida e produtiva. Muitas vezes
ensinamos mais pelo que fazemos do que pelo que falamos.
3. A igreja envia o missionária:
3.1. Já vimos a base bíblia da responsabilidade da igreja no envio do missionário.
3.2. Ela poderá fazê-lo diretamente ou usar uma agencia missionária.
3.3. Mas não pode esquecer que a responsabilidade é sua e aumenta mais quando o
missionário é colocado no campo.
4. A igreja cuida do missionário, dando-lhe todo respaldo necessário:
1.1. Qualquer problema do missionário no campo deve ser encarado como problema da igreja local.
1.2. É importante que ela saiba das despesas financeiras do missionário, que são muitas, conhecer as dificuldades do campo, enfermidades, etc.
1.3. A igreja deve cuidar do missionário, suprindo as suas necessidades em tudo que estiver ao seu alcance
II – A RESPONSABILIDADE DO SEMINARIO NA FORMAÇÃO MISSIONÁRIA:
1. Bases bíblicas para existência de seminários:
1.1. Nos Evangelhos:
1.1.1. Jesus ensina seus discípulos – Mc 9.30,31(Esse era um momento importante
de estudo e preparação. Longe da multidão, em um seminário ao ar livre ,
talvez ao pé da montanha, ou as margens do mar da galiléia, ou ainda entre as
árvores de um jardim.
1.1.2. Cristo estimulou o preparo teológico ao recomendar que ao discípulo bastava
ser como o seu mestre(Mc 10.24,25)
1.1.3. Cristo salientou que vamos guiar cegos espirituais, precisamos enxergar com
clareza e precisão – Lc 6.39,40
1.1.4. Cristo censurou os mestres saduceus por falta de conhecimento das Escrituras
em relação a ressurreição doas mortos – Mt 22.23-33
1.2. Nas Epístolas:
1.2.1. Entre as qualidades par o que aspira ao episcopado, Paulo diz que o
ministro deve ser apto para ensinar(1 Tm 3.1,2)
1.2.2. Paulo fez várias recomendações ao preparo do jovem pastor Temóteo(I Tm 2.15)
1.3. Na vida de homens – Temos nas Escrituras notáveis exemplos de preparação
cultural e teológica:
1.3.1. Moisés: Conhecimento que ele obteve em toda ciência dos egípcios, com
certeza foram úteis no comando dos israelitas, inclusive Estevão o elogiou
por isso(At 7.22)
1.3.2. Lucas: Ele mesmo relata que para escrever seu Evangelho, precisou
dedicar-se a uma acurada investigação de tudo desde a origem, para
apresentar a Teófilo uma exposição em ordem(Lc 1.1-4) Para fazer esse
tipo de trabalho é óbvio que Lucas freqüentou alguma escola, até porque
era médico e historiador.
1.3.3. Apolo: At 18.24,25 – Parece não ter sido tão bom em soteriologia, vindo a
receber melhor treinamento do piedoso casal – Áquila e Priscila – At 18.26
1.3.4. Paulo: Talvez o maior exemplo de estudo preparatório:
a). Instruído aos pés de Gamaliel – At 22.3
b). Discutiu com famosos filósofos gregos em Atenas – At 17.16-31
c). Provavelmente recebeu educação teológica de Cristo nas regiões da
Arábia(Gl 2.17)
2. Algumas áreas que o seminário deve levar em consideração:
2.1. Formação Acadêmica
2.2. Formação Espiritual
2.3. Formação Moral
3. O que precisa ser levado em consideração ao determinar a grade curricular?
3.1. O currículo precisa refutar questões contemporâneas: Ecumenismo,
neopentescostalismo, teologia da prosperidade, etc
3.2. Os efeitos do currículo na vida do futuro ministro depende da posição doutrinária
do próprio seminário, dos professores que ministrarão essas disciplinas
3.3. A base do currículo precisa ser as Escrituras, tanto em relação a doutrina, como as
Práticas
3.4. O seminário precisa ter um currículo que atenda as necessidades das igrejas, isso
deve ser feito sem fragmentar sua base doutrinária
3.5. O currículo deve servir para formar teólogos com caráter cristão
3.6. O currículo do seminário precisa de uma parte prática que prepare o aluno para o ministério isso vai além do que uma simples aula na E.B.D. No meu ver o aluno do seminário precisa vivenciar a prática do ministério, como: Participar das sessões da igreja, reuniões da diretoria, das resoluções dos problemas da igreja, ministrar a ceia, batismo e etc.
1. Como deve ser o corpo funcional do seminário?
4.1. Qualificação Intelectual: Os professores precisam se apresentar da melhor forma.
Sua atividade principal é estudar as Escrituras, por isso precisam instruir-se bem
em teologia. Por outro lado devem ser capazes de incorporar novas idéias que
lhes possam ajudar no desempenho do seu ministério.
4.2. Qualidade Moral: Isto inclui toda e qualquer pessoa. Pensamos no temperamento,
a questão da honestidade, o ambiente familiar, etc.
4.3. Qualificação Espiritual: Toda pessoa precisa viver sob a doce influencia do amor
de Jesus. Na Itália se diz que onde não entra o sol, entra o médico. Onde não
existe o brilho de Jesus, a alma esta enferma.
1.4. Qualidade Doutrinária: Como já disse o seminário não faz o missionário, mas
prepará-o academicamente. Não podemos separar o que o seminário crer, o que o
professor ensina e o que os futuros obreiros farão ao ingressar no ministério.
Assim como a igreja tem o rosto de seu pastor, o futuro obreiro terá o rosto dos
professores e do seminário onde estudou.Por isso o seminário precisa ser zeloso
no aspecto doutrinário de todas as pessoas envolvidas direta e indiretamente
com o mesmo. Não pode haver nenhuma sombra de dúvidas no que se refere a
questão doutrinária dessas pessoas. Já que as igrejas terão aquilo que o
seminário lhes entregar.
2. Responsabilidade do seminário para com o aluno:
5.1. Ajuda Teológica:
5.1.1. O seminário deve ajudar o aluno a desenvolver de maneira convicta as suas
bases doutrinárias.
5.1.2. A permanecer naquilo que aprendeu, para que depois de alguns anos, talvez
por falta de uma sólida base doutrinária na época do preparo acadêmico,
ocorra uma mudança drástica no campo doutrinário e prático.
5.1.3. Não deve permitir que o aluno fique a vontade para fingir que crer em algo
que realmente não crer.
5.2. Ajudar a encarar as dificuldades ministerias:
5.2.1. O seminário deve mostrar ao aluno a realidade do ministério, para que ao
concluir seu curso, não venha a encontrar outra realidade bem diferente
daquela que teve enquanto encontrava-se em seu preparo acadêmico.
5.2.2. Fazendo assim o seminário estará prevenido que o missionário se
decepcione com a obra ou mesmo a abandone de vez.
5.2.3. Jesus alertou seriamente os seus seguidores sobre as terríveis dificuldades
resultantes para todos os que o seguiam(Mt 10.31-35; Lc 14.25-31)
5.3. Ajudar a fortalecer o aluno a permanecer firme na graça:
5.3.1. O seminário deve procurar ajudar o futuro ministro a compreender a
necessidade que tem de permanecer sempre dependendo da graça de Cristo.
5.3.2. Muitos obreiros ao concluírem, ao alcançar algum tipo de “sucesso” no
ministério, parecem não mais depender da graça do Senhor, isso é um
grande erro pensar assim.
5.4. Ajudar o aluno a estar preparado para instruir a igreja do Senhor:
5.4.1. O mercado de trabalho hoje exige profissionais bem preparados par
exercer a função a qual se propõe.
5.4.2. No ministério não é diferente, as igrejas hoje querem pastores que
realmente sejam bem preparados para desenvolverem bem essa função.
III – O PAPEL DA JUNTA MISSIONÁRIA: Essas organizações vieram a existir devido ao fracasso das igrejas em cumprir sua tarefa. Hoje, elas tem grande importância, e atuam como instrumentos de Deus para ajudar a igreja a fazer missões. Eis algumas responsabilidades dessas juntas:
1. Prover treinamento específico para o missionário:
1.1. A igreja provê o treinamento geral, teológico, prático etc. Mas o missionário precisa receber treinamento específico de acordo com o campo missionário.
1.2. É importante que ele esteja preparo para enfrentar as dificuldades de adaptação cultural.
1.3. A família do missionário também precisa de treinamento específico, a esposa tem de receber o mesmo preparo do marido, e as crianças, um cuido especial.
1.4. A igreja teria muita dificuldade de dar esse tipo de treinamento. Por isso existe a necessidade das organizações missionárias especializadas, ajudando-a nesta área.
2. Orientar quanto às melhores oportunidades:
2.1. Pelo fato de estar em contato com outras agências e fazer estudos específicos, essas organizações conhecem as melhores oportunidades.
2.2. Elas sabem quais são os campos mais necessitados, conhecem os países que estão abertos, as necessidades locais, o que facilita ao candidato identificar se o seu dom vai suprir as necessidades de determinado campo.
2.3. Por isso é importante que o missionário conheça o seu dom, e saiba se este dom é necessário naquele campo missionário. Exemplo: Há lugares que não precisam de missionários para plantar novas igrejas, porque as igrejas já plantadas podem faz este tipo de serviço. Por isso é importante que alguém esteja fazendo estes estudos, e as juntas e agencias estão direcionadas para isto.
3. Executar o serviço burocrático:
3.1. Há inúmeras dificuldades para o envio de um missionário. Precisa haver contatos com outras agencias missionárias, com autoridades governamentais, emissão de vistos de entradas e permanência, câmbio e envio de dinheiro, orientação quanto aos relacionamentos no campo com as igrejas, governo e outras agencias e avaliação local do andamento do trabalho.
3.2. Todas essas tarefas são difícil para a igreja. Daí, a importância das juntas e organizações missionárias. Se as organizações estão ocupando o lugar da igreja, isto ocorre porque as igrejas e pastores estão falhando.
3.3. O fato de haver essas organizações não tira a responsabilidade da igreja. O problemas igrejas transferiram sua responsabilidade para as juntas. Simplesmente dão uma oferta anual e dizem que já cumpriram sua tarefa. Por outro lado, muitos terminam o seminário e, em vez de se apresentarem na igreja, para o envio ao campo , apresentam-se à junta. Creio que é tempo de acabarmos com este problema, de uma vez por todas. Cada missão deveria enviar apenas os candidatos recomendados pela igreja local, que estejam produzindo fruto e comprometidos com a igreja, e vice-versa.

CONCLUSÃO: Se todas as partes acima mencionadas cumprem com suas responsabilidades, certamente a obra do Senhor ganhará em todos os sentidos.

Nenhum comentário: