quinta-feira, 13 de março de 2008

SER ESPIRITUAL E TRILHAR O CAMINHO SOBREMODO EXCELENTE: AMOR

RONALDO NOVAES CARVALHO

Tema: É Só o Amor que Conta
Sub-Tema: Ser espiritual é trilhar o caminho sobremodo excelente: o amor.
Texto: 1 Co 13:1-3
Proposição: Mesmo que os dons espirituais sejam bênçãos de Deus para sua Igreja (e devemos buscar os melhores entre eles), ainda assim existe um caminho mais excelente, que é o AMOR.

INTRODUÇÃO:(PARTE - 1)

É meu propósito a partir de hoje trazer uma série de três mensagens em 1 Coríntios 13 sobre o Amor.
A divisão será em três partes:
1. É Só o Amor que Conta;
2. É Só o Amor que Triunfa;
3. É Só o Amor que Permanece.

Comecemos por observar que o texto de 1 Co 13 é, na verdade, uma espécie de parêntese de Paulo em sua exposição acerca dos melhores dons, para mostrar o que é necessário para um verdadeiro culto “no Espírito”: SEM AMOR, O EXERCÍCIO DOS DONS ESPIRITUAIS DE NADA SERVIRÁ (1 Co 13:1-13).
Em 1 Coríntios 12.31 Paulo havia orientado os coríntios a procurarem “os melhores dons”, mas só retoma o assunto em 14.1, quando diz outra vez... “procurai com zelo os dons espirituais”.
1 Coríntios 13 é, portanto, um interlúdio no ensino de Paulo acerca dos melhores dons (é uma espécie de parênteses).
Lembremos que em Coríntios se localiza o Templo de Afrodite ou Vênus, de onde vem a palavra CAMISA DE VÊNUS (PRESERVATIVO / CAMISINHA). Afrodite era a deusa do amor segundo o pensamento grego.
Lá em Corinto havia um templo com mil prostitutas cultais à disposição dos homens para um sacrifício (o coito era o sacrifício [coito, cópula, acasalamento, relação sexual ]).

Os gregos tinham conceitos diversos sobre amor que nós não temos. Para cada tipo de amor os gregos tinham uma palavra expressiva.
Havia basicamente seis tipos de amor no pensamento grego:

• e,roj – o amor erótico e do desejo sexual.
• evpiqumi,a – O amor cobiçoso e do desejo dos olhos, da carne e a soberba da vida. Envolve o desejo sexual, mas é mais que isso. [1 Jo 2:16 – a idéia é ter um desejo contínuo pelo que é pecaminoso].
• filh/ – O amor fraterno empreendido entre dois amigos.
• estorgh/ – Este é amor do relacionamento familiar. Com este amor se expressa que a família é prioridade.
• splaxgnh/ – De onde a expressão neo-testamentaria “entranhados / ternos afetos de misericórdia” (Cl 3:12). Esse amor é o sentimental; aquele que provoca um frio na barriga; talvez um bom representante da paixão inocente.
• avga,ph - esse nós vamos considerar nesses três dias e você aprenderá uma definição para este. Antigas agaph/ versões traduzem agaph/ como “caridade”, mas visto que, no Brasil, o termo está ligado exclusivamente ao dar esmolas, é preferível a tradução “amor” referindo-se ao sentido mais pleno de agaph/. A tradução como “caridade” remonta à tradução latina de Jerônimo (séc. IV-V), que preferiu caritas à amor, por julgar a última inadequada.

Tema: É Só o Amor que Conta
Sub-Tema: Ser espiritual é trilhar o caminho sobremodo excelente: o amor.
Texto: 1 Co 13:1-3
Proposição: Mesmo que os dons espirituais sejam bênçãos de Deus para sua Igreja (e devemos buscar os melhores entre eles), ainda assim existe um caminho mais excelente, que é o AMOR.

O QUE TEM O AMOR A VER COM OS DONS?

Uma pergunta que surge logo de início é “o que um capítulo sobre o amor tem a ver com a procura dos melhores dons?”
Nem sempre a conexão que Paulo faz aqui entre esses dois temas tem sido notada pela Igreja em geral. Mas o ponto é simples e bem profundo: MESMO QUE OS DONS ESPIRITUAIS SEJAM BÊNÇÃOS DE DEUS PARA SUA IGREJA (e devemos buscar os melhores entre eles), AINDA ASSIM EXISTE UM CAMINHO MAIS EXCELENTE, QUE É O AMOR.
A igreja de Corinto havia perdido de vista esse ponto. O amor provocaria reflexos radicais na vida e na liturgia da comunidade.
Eles queriam ardorosamente os dons que julgavam melhores, mas Paulo iria mostrar-lhe um caminho ainda melhor. Acredito que aqui está o centro do ensino de Paulo sobre toda essa questão dos dons espirituais.
Na verdade, vou um pouco mais alem. Não seria exagero dizer que o capítulo 13 é o centro da primeira carta de Paulo aos coríntios, o resumo do seu ensino àqueles irmãos.

Há quatro Observações Expositivas que precisamos observar antes de entrar com mais detalhes na exposição desse precioso e instrutivo capítulo.

OBSERVAÇÕES EXPOSITIVAS:

I. Estamos diante de um dos capítulos mais populares e apreciados das Escrituras.

Aqui temos uma das peças literárias (sem pensar na questão da inspiração divina, mas apenas falando da perspectiva humana) mais conhecidas e mais bonitas jamais feitas pelo homem.
Adolf Harnack, o famoso estudioso alemão, disse que esse capítulo “foi a coisa maior, mais forte e mais profunda que Paulo jamais escreveu”.
Mesmo críticos não-cristãos reconhecem que 1 Coríntios 13 é uma peça literária belíssima, escrita com paixão, veemência, movimento.
Seu autor é alguém que escreveu com a alma, com o coração.
II. Lendo esse capítulo, percebe-se que Paulo escreve sem qualquer sentimentalismo.

Amor do qual ele fala não é o amor piegas, sentimental, do tipo que você vê em telenovela; é sobre outra coisa que ele está falando aqui.
O amor referido por Paulo é despido de qualquer sensualidade, é esvaziado de qualquer conotação sexual.
As pessoas, às vezes, querem tomar esse capítulo sobre o amor e despejar dentro dele um balde de erotismo.
Paulo, entretanto, não está tratando de nenhuma dessas coisas; o amor do qual ele fala aqui:
• É uma atitude,
• É uma maneira de ser,
• É uma maneira de reagir,
• De tratar as pessoas,
• É uma maneira de se comportar.
• [o amor que Paulo descreve aqui está mais para atitude constante de vida, uma maneira de ser].]

O apóstolo
• Não está falando aqui de emoções, embora elas, sem dúvida, possam estar presentes quando esse amor entra em ação;
• Ele não está falando aqui de sentimentos,
• Mas de um estilo de vida, de uma atitude que as pessoas decidem tomar para com a vida e para com as outras pessoas e para com Deus.

Os gregos veneravam o intelecto e os romanos veneravam o poder. Onde Paulo aprendeu tanta coisa acerca do amor, senão aos pés do Cristo exaltado?

III. Apesar de ser um dos capítulos mais conhecidos da Bíblia, é provavelmente um dos mais usados fora de seu contexto original.

Geralmente é empregado somente em três ocasiões:
• Casamentos,
• Festa de noivado,
• E dia dos namorados.

Entretanto, quando Paulo escreveu esse capítulo, ele não estava pensando nessas coisas.
Ele o escreveu no contexto de sua polêmica acerca dos dons espirituais.
Foi escrito a uma igreja que havia perdido de vista o propósito maior do Cristianismo [amar], que estava fora dos trilhos.
Não foi escrito para namorados ou casais, embora certamente estes possam beber daqui os princípios básicos que devem orientar o relacionamento entre cristãos.
O ALVO MAIOR DESSE CAPÍTULO É ENSINAR À IGREJA O QUE ELA DEVE FAZER EM ÉPOCAS COMO A NOSSA.
Aqui temos, na verdade, uma descrição do que é um genuíno avivamento espiritual, do qual a Igreja de Cristo no Brasil tanto precisa.
Creio que é isso o que Paulo estava tentando dizer àquela igreja que pensava de si como sendo “avivada”, em virtude dos seus dons carismáticos, enquanto que, na prática, estava dividida em várias facções.

IV. Devemos lembrar que “amor”, nesse capítulo (e, na verdade, no Novo Testamento), não é um Dom do Espírito, mas um FRUTO do mesmo.

Existe notável semelhança entre a descrição que Paulo faz aqui do amor e o restante do ensino do Novo Testamento ACERCA DO CARÁTER CRISTÃO VERDADEIRO.
Com isso quero dizer que O AMOR NÃO É UM DOM ESPIRITUAL como os que Paulo menciona nesses capítulos (1 Co. 11-14).
Num certo sentido, obviamente, o amor pode ser considera um dom: só Deus pode produzi-lo em nosso coração, e, portanto, é uma dádiva divina (Rom. 5:5). Mas é melhor chamá-lo de FRUTO DO ESPÍRITO.
Dons espirituais são dados aos crentes, soberanamente. Esse recebe um Dom, aquele outro.
Crentes podem, ou não, ter dons de falar uma mensagem da parte de Deus.
EM CONTRASTE, O AMOR É UM FRUTO QUE TODOS DEVERIAM TER. Paulo fala disso em Gálatas 5.
É opcional você ter o Dom de evangelista; é algo que depende da soberania de Deus. Mas, não é opcional você demonstrar o fruto do amor na sua vida. Ele tem de estar presente. É obra do Espírito Santo no seu caráter, na sua personalidade, na sua conduta.
Talvez fosse esse, em última análise, o problema central dos coríntios. Para eles, ser espiritual, ser cheio do Espírito Santo, estava relacionado com a questão de ter ou não determinados dons espirituais, especialmente o de línguas.
Para Paulo, porém, que os chama de carnais (1 Co. 3:1-3), a espiritualidade se resumia numa só palavra, naquele caminho que era o mais excelente de todos, ou seja, o amor.
Que interessante! Ser espiritual é trilhar o caminho sobremodo excelente.
É assim que Paulo aborda os problemas no culto, causados pela ênfase desequilibrada na espiritualidade carismática. É por isso que esse capítulo 13 está exatamente aqui no meio de uma discussão sobre dons.
Com ele, Paulo visa trazer a Igreja de Corinto de volta ao caminho correto da espiritualidade.
O apóstolo tem três coisas a dizer aos coríntios sobre o amor e os dons espirituais:
1. Só o Amor é que Conta (1 Co. 13:1-3).
2. O Amor sempre triunfa (1 Co. 13:4-7).
3. Só o amor permanece (1 Co. 13:8-13).

A IMPORTÂNCIA DO AMOR: UMA EXEGESE DOS 3 PRIMEIROS VERSÍCULOS

Paulo começa esse capítulo ensinando aos coríntios que os dons espirituais, mesmo exercidos no máximo grau, sem amor, para nada aproveitam.
Não devemos pensar que Paulo está sobrepondo o amor aos dons espirituais, ou que está dizendo que o amor substitui os dons.
O que ele está ensinando é que os dons espirituais, exercido sem amor, na verdade não edificam a igreja; sem amor, nada somos.
Nos três primeiros versículos Paulo menciona os dons que eram prediletos dos coríntios:

Versículos:

Versículo 1: O DOM DE LÍNGUAS:

Ea.n tai/j glw,ssaij tw/n avnqrw,pwn lalw/ kai. tw/n avgge,lwn( avga,phn de. mh. e;cw( ge,gona calko.j hvcw/n h' ku,mbalon avlala,zonÅ

“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, me tornarei como o bronze que soa ou como o símbalo que tine”

Versículo 2: DOM DE PROFECIA E PALAVRA DE CONHECIMENTO E DE CIÊNCIA (ministério dos profetas, também falo neste versículo sobre o dom de fé):

kai. eva.n e;cw profhtei,an kai. eivdw/ ta. musth,ria pa,nta kai. pa/san th.n gnw/sin kai. eva.n e;cw pa/san th.n pi,stin w[ste o;rh meqista,nai( avga,phn de. mh. e;cw( ouvqe,n eivmiÅ

“Ainda que eu tenha o Dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei”.

Versículo 3: Os mais nobres gestos que um cristão poderia fazer pelos outros (O DOM DA CONTRIBUIÇÃO ENTRA AQUI):

ka'n ywmi,sw pa,nta ta. u`pa,rconta, mou kai. eva.n paradw/ to. sw/ma, mou i[na kauch,swmai( avga,phn de. mh. e;cw( ouvde.n wvfelou/maiÅ

“E ainda que eu distribua todos os meus entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará”.

Explicação Exegética:

É de extrema importância que percebamos o TOM em que Paulo escreveu esses três versículos iniciais.
O apóstolo aqui usa HIPÉRBOLE, uma figura de linguagem que engrandece exageradamente a realidade, para produzir maior impressão.
O propósito de Paulo é ELEVAR O AMOR ACIMA DOS DONS PREDILETOS DOS CORÍNTIOS.
Para dar força ao contraste entre o amor e os dons, Paulo escreve que ainda que ele próprio possuísse todos os dons e os exercesse em uma intensidade inconcebível, se não tivesse amor, ele nada seria.
Ele aqui força a imaginação até os seus limites.
O que Paulo está fazendo aqui em 1 Coríntios 13:1-3:
• É dizer que ainda que ele fosse capaz de falar as línguas dos homens – isto é, ser sobrenaturalmente fluente em todos os idiomas conhecidos
• E mesmo as línguas dos anjos (supostamente a linguagem que esses seres celestiais usam para se comunicar),
• Ainda assim, se não tivesse amor, ele nada seria.

Podemos ver o mesmo exagero proposital de Paulo para exaltar o amor quando fala sobre as profecias: ainda que ele fosse um profeta onisciente – o que é obviamente impossível (pois só Deus é onisciente) – sem amor, ele nada seria.
Igualmente com relação ao dom de fé: ainda que ele o tivessse num grau capaz de mover montes – algo jamais conseguido por um cristão através da história da igreja – sem amor, ele nada seria.

CONCLUSÃO:

Quando medito sobre essas coisas, entristeço-me diante da credulidade ingênua que prevalece em muitas igrejas evangélicas de hoje.
Os evangélicos ficam facilmente impressionados com os que dizem curar os doentes, ressuscitar os mortos e expulsar os demônios, ao passo que pouco se impressionam por aqueles que não reivindicam tais poderes, mas que têm um caráter cheio de amor.
É esse amor que devemos buscar naqueles que se apresentam como enviados da parte de Deus.
Não importa tanto se são capazes de curar os aleijados. Importa mais se amam a sua mulher, seus filhos, os seus vizinhos, os seus irmãos.
Não estou negando a possibilidade de milagres hoje. Pessoalmente, creio neles e eu mesmo já tive a oportunidade de experimentar um em minha vida.
Meu ponto é que ESTAS COISAS NÃO SÃO SINAIS INEQUÍVOCOS DE ESPIRITUALIDADE, nem da parte dos que oram e nem da parte dos que recebem.
PENSAR ASSIM, É ERRAR COM OS CORÍNTIOS.
O que nós estamos precisando na Igreja não é um reavivamento que nos capacite a fazer milagres. Se Deus quiser, ele poderá nos dar um reavivamento onde essas coisas estejam presentes.
Mas o que nós estamos precisando é de um REAVIVAMENTO DE AMOR,:
• para sanar [curar, tornar são] as divisões na igreja,
• os relacionamentos de marido e mulher,
• de pais e filhos;
• que traga saneamento espiritual a todos os níveis conciliares das igrejas, confrontando a politicagem mundana que, por vezes, se infiltra neles.

Ainda que eu tivesse dons espirituais especiais e não tivesse amor, nada seria. Nada, nada seria.
Esse é o primeiro ponto. É SÓ O AMOR QUE CONTA. É ele o caminho mais excelente que nós devemos buscar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Este estudo teve como fonte de Pesquisa:

• Uma mensagem preparada e pregada pelo Pr. Roque N. Albuquerque e, Iguatu, 03 de setembro de 2000.
• Estudos desenvolvidos em sala de aula pelo Pr. Roque e a turma de formandos de 2007, Turma Atalaia.
• Pesquisas particulares

Estudo organizado, reorganizado e alterado pelo Pr. Ronaldo N. Carvalho. Sendo aplicado nas conferências em Rondônia, na Igreja Batista Bíblica do setor 02 na cidade de Ariquemes. Data das conferências: de 28/12/2007 até 01/01/2008.

Tema: É Só o Amor que Triunfa
Sub-Tema: Ser espiritual é trilhar o caminho sobremodo excelente: o amor.
Texto: 1 Co 13:4-7
Proposição: Mesmo que os dons espirituais sejam bênçãos de Deus para sua Igreja (e devemos buscar os melhores entre eles), ainda assim existe um caminho mais excelente, que é o AMOR.

INTRODUÇÃO: (PARTE - 2)

Em 1 Co. 13:4-8 Paulo explicar aos coríntios a que tipo de amor ele se referiu nos versos anteriores.
Embora ele use a palavra aga,ph que, normalmente, se refere ao amor em termos de seus resultados, ele prefere complementar a escolha dessa palavra com uma descrição.
Paulo personifica o amor nessa passagem, isso é, ele fala do amor como se fosse uma pessoa. SEU ALVO É MOSTRAR COMO SE CONDUZ AQUELE QUE É VERDADEIRAMENTE ESPIRITUAL. Não podemos deixar de notar que o quadro total é bastante semelhante ao Senhor Jesus!
Paulo aqui lista as qualidades do amor que estão diretamente relacionadas com os problemas da igreja de Corinto.
Ao dizer o que o amor é, o que ele não é, e o que faz, Paulo está prescrevendo a solução para as divisões, os ciúmes, o egoísmo – enfim, a carnalidade – dos crentes de Corinto.
Meu propósito com este sermão é: enquanto estivermos, lendo as qualificações do amor aqui mencionadas pelo apóstolo, devemos estar imaginando a situação espiritual da igreja de Corinto.
Pense naquela igreja e em seus problemas, como o falso conceito de espiritualidade de alguns que estavam exaltando a si mesmos, considerando-se espiritualmente superiores a outros irmãos e humilhando-os.
Pense na situação caótica do culto em Corinto.
É nesse contexto que Paulo faz essa descrição do amor.
Uma leitura simples dos versos 4-8a mostrará como o que Paulo diz reflete inversamente, como um espelho côncavo, a situação decadente da igreja.

Tema: É Só o Amor que Triunfa
Sub-Tema: Ser espiritual é trilhar o caminho sobremodo excelente: o amor.
Texto: 1 Co 13:4-7
Proposição: Mesmo que os dons espirituais sejam bênçãos de Deus para sua Igreja (e devemos buscar os melhores entre eles), ainda assim existe um caminho mais excelente, que é o AMOR.

TRANSIÇÃO: 3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O AMOR.

ESBOÇO:

I. O QUE O AMOR É (1 Co. 13:4a)

Na primeira linha da sua descrição Paulo diz duas coisas sobre o amor:
• O amor é PACIENTE
• O amor é BENIGNO.

A. SIGNIFICADO DE PACIENTE

“PACIENTE” vem do verbo grego makroqume,w que, literalmente, significa TER ÂNIMO LONGO, em contraste com os que tem ânimo curto e, portanto, se impacientam e se irritam com facilidade.
• O amor suporta ofensas, pois é paciente;
• É perdoador, pronto para anistiar os ofensores (Ef. 4:32),
• É lento para se vingar do mal que lhe fazem.
• Não perde o ânimo facilmente.
• Se mantém firme pacientemente e bravamente ao sofrer infortúnios e aborrecimentos.
• Suportar as ofensas e injúrias de outros.
• É moderado e tardio em vingar-se.
• É longânimo, tardio para irar-se, tardio para punir.

B. SIGNIFICADO DE BENIGNO

O amor é “benigno” (crhsteu,etai), isto é, FAZ ATOS DE BONDADE PARA COM OS OUTROS.
O amor deseja o bem das demais pessoas, não procura se sobrepor a elas; ele é bom, não quer pisar em cima dos outros para alcançar seus interesses; na verdade, ele quer o crescimento dos irmãos em Cristo.
• É ser gentil, ser bom, usar de bondade;
• É o oposto de difícil, duro, rígido, amargo.

II. O QUE O AMOR NÃO FAZ (1 Co. 13:4b-8a)

Nas linhas seguintes da sua descrição, o apóstolo expõe o que o amor não faz.

A. “O AMOR NÃO ARDE EM CIÚMES”.

• Ou seja, não é invejoso do que os outros têm ou fazem.
• Não vive a comparar-se com outros
• E nem sente forte indignação, ou ressentimento, quando percebe que alguém tem mais ou é superior em alguma coisa.
• Não é movido por um espírito de competição.

B. “O AMOR NÃO SE UFANA” (orgulhoso, vanglorioso, jactancioso, vaidoso) (13.4b).

• Ele não aponta para suas próprias virtudes,
• Não se gaba dos seus feitos,
• Não conta vantagem para impressionar os outros e ganhar seu aplauso.
• Ele não se auto-exibir, empregando meios/métodos para enaltecer-se excessivamente.

É provável que Paulo esteja aqui dirigindo-se à atitude de bazófia / vangloriosa ou fanfarronice de alguns dos “espirituais”, que se exaltavam sobre os demais membros da igreja por causa de seus dons dizendo talvez: “Eu falo em línguas e você?”
O Senhor Jesus havia ensinado que os atos religiosos deveriam ser feitos com discrição, visando a glória de Deus somente, sem que se buscasse o louvor humano (Mt 6.1-3).
A verdadeira espiritualidade não busca glória e reconhecimento humanos.

No restante da carta, Paulo aqui e ali “alfineta” de forma irônica a vanglória e a jactância dos coríntios:
• Eles se jactavam de ser espirituais, mas permitiam imorais em seu meio (5.2,5);
• Eles se jactavam de ser sábios, mas não havia entre eles ao menos um sábio de verdade, que pudesse resolver um problema prático entre irmãos, a ponto de terem de apelar para tribunais seculares (6.5).


C. “O AMOR NÃO SE ENSOBERBECE” (13.4b).

1. SIGNIFICADO DE “ENSOBERBECER”.

Uma das preocupações de Paulo com a igreja de Corinto, nessa carta, é exatamente a “soberba”.
O verbo grego “ensoberbecer-se”, usado aqui, só ocorre no Novo Testamento em 1 Coríntios (fusio,w 4.6,18,19; 5.2; 8.1; 13.4).
A exceção é Colossenses 2.18, onde também o problema era a soberba de alguns que se consideravam “sábios” por terem tido visões de anjos.
Se ensoberbecer é:
• estar cheio de si,
• comportar-se de modo orgulhoso,
• ser arrogante
• pensar de si mesmo além do necessário
• querer ser melhor do outros, em detrimento de outros.
• etc.

2. QUEM SÃO OS “ENSOBERBECIDOS”.

Os ensoberbecidos de Corinto, possivelmente, eram os ‘espirituais” e, quem sabe, eram o mesmo “partido de Cristo”.
Paulo, na verdade, deseja que nenhum daqueles partidários de Pedro, Apolo, Paulo ou Cristo se “ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro” (4.6).
Mas ele já sabe que “alguns se ensoberbeceram”:
• a ponto de desprezarem o ensino apostólico, precisando de correção (4.17-19)
• a ponto que sua soberba os impedia de serem críticos de seus próprios erros (5.2)
• ao ponto de causarem tropeço aos irmãos fracos (8.1,10).

DAÍ DIZER-LHES QUE O AMOR “NÃO SE ENSOBERBECE” (13.4b).

D. “O AMOR NÃO SE CONDUZ INCONVENIENTEMENTE” (13.5a).

1. SIGNIFICADO DE “conduzir-se inconvenientemente”.

“Conduzir-se inconvenientemente” é a tradução de um verbo grego que aparece só mais uma vez no Novo Testamento, aqui nessa mesma carta (avschmone,w 1 Co 7:36).
É traduzido ali como “tratar sem decoro”, num contexto que sugere uma conduta sexualmente indecorosa.

2. O SUBSTANTIVO GREGO CORRELATO.

O substantivo grego correlato é também usado por Paulo.
Ele aparece em Romanos 1:27, onde é traduzido como “torpeza”, uma referência de Paulo à conduta imoral dos homossexuais (avschmosu,nh, cf. Rom. 1:26-27).
Também ocorre em Apocalipse 16:15, onde é traduzido como “vergonha”, referindo-se aos órgãos genitais.

3. EXPLICAÇÃO APLICATIVA.

Podemos inferir que, ao dizer que o amor não se conduz de forma inconveniente, Paulo tinha em mente:
• uma conduta sexualmente inconveniente.
• uma conduta sexualmente indecorosa.
• uma conduta sexualmente indecente.
• uma conduta sexualmente vergonhosa.

E. “O AMOR NÃO PROCURA OS SEUS INTERESSES” (13:5a).

Considera sempre os outros e como Paulo fala aos Filipenses devemos procurar o interesse do outro (Fp. 2:3).

F. O AMOR NÃO SE EXASPERA (13:5b).

A idéia é de:
• Provocar a ira,
• Queimar de raiva,
• Se enfurecer por qualquer coisa.

Aquele que é verdadeiramente espiritual não se deixa provocar por outras pessoas, a ponto de se deixar tomar de fortes emoções de ira, ou rancor.


G. O AMOR NÃO SE RESSENTE DO MAL (13:5b).

1. SIGNIFICADO.

A palavra grega traduzida por “RESSENTIR” na verdade significa “considerar”, “calcular”, “imputar” [“levar em conta”] (logi,zomai).

“MAL” (kako,n, gênero neutro, no grego) refere-se às coisas erradas que se fazem à pessoas (Rm. 12:17,21).

2. EXPLICAÇÃO.

A idéia talvez seja que O AMOR NÃO PRATICA O MAL CALCULADAMENTE.
Porém, está mais em harmonia com a situação entender que Paulo está querendo dizer que O AMOR NÃO LEVA O MAL EM CONTA.

3. APLICAÇÃO

• O amor, dificilmente, percebe o mal que lhe fazem e não registra na lista negra as ofensas recebidas, para depois lançá-las em rosto dos ofensores.
• Ele não fica magoado com o que outros lhes fazem.

Aparentemente, era o oposto que estava ocorrendo em Corinto.
E nós? O nosso amor tem se ressentindo do mal. Somos mestre na vingança. Como dizem alguns: “a vingança é um prato que se come devagar”. Mas não é isso que o amor nos ensina.

H. O AMOR NÃO SE ALEGRA COM A INJUSTIÇA (13:6a).

Nesse caso, por “injustiça”, Paulo se refere ao pecado, a atitudes pecaminosas.
Provavelmente ele está dizendo aos coríntios que não deveriam alegrar-se diante dos pecados não tratados da igreja, como, por exemplo, o caso do incesto daquele rapaz com sua madrasta (1 Co. 5).

III. O QUE O AMOR FAZ

Já vimos o que o é e o que o amor não faz.
Agora veremos cinco afirmações acerca do amor que Paulo faz nas últimas linhas de sua descrição sobre o amor.

A. O AMOR REGOZIJA-SE COM A VERDADE (13:6b).

O amor aprova alegremente a verdade.
Paulo já havia dito que a comunidade deve regozijar-se (simpatizar) com um irmão quando for honrado (1 Co. 12:26; cf. também Rm. 12:15).
Agora ele diz que a comunidade deveria simpatizar com a verdade – e não com a injustiça.
Verdade, aqui, significa SANTIDADE, PUREZA, JUSTIÇA, em contraste à injustiça mencionada na primeira parte do verso.
O AMOR SE REGOZIJA QUANDO A VERDADE DE DEUS TRIUNFA, QUANDO CRISTO ESTÁ SENDO GLORIFICADO E A IGREJA EDIFICADA.

B. “TUDO SOFRE, TUDO CRÊ, TUDO ESPERA, TUDO SUPORTA” (13:7).

• TUDO SOFRE: idéia de coberta, telhado, algo para cobrir.
• TUDO CRÊ: idéia de depositar confiança em. Depositar confiança numa relação moral e religiosa.
• TUDO ESPERA:
 (1) esperar num sentido religioso, transmite a idéia de esperar pela salvação com alegria e completa confiança.
 (2) esperar num sentido humano, transmite a idéia de ser esperançoso, ter confiança em.
• TUDO SUPORTA:
 retardar
 permanecer, não retirar-se ou fugir
 preservar: sob desgraças e provações, manter-se firme na fé em Cristo
 sofrer, aguentar bravamente e calmamente: maltratos

O nosso pavio é curto demais para tolerarmos alguns danos por amor aos nossos irmãos.
Queremos que todos tudo sofram e tudo suportem, mas nós mesmos temos o pavio curto.
A nossa visão é míope; e a nossa paciência é nervosa e frágil.
CONCLUSÃO:

O amor é a principal característica de crentes maduros e cheios do Espírito (cf. 3:1-4).
Era isso que faltava aos coríntios e é isso que falta em nós hoje.
É o amor que pode resolver os nossos problemas.
É dele que precisamos.
Esse é o avivamento que nós queremos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Este estudo teve como fonte de Pesquisa:

• Uma mensagem preparada e pregada pelo Pr. Roque N. Albuquerque e, Iguatu, 03 de setembro de 2000.
• Estudos desenvolvidos em sala de aula pelo Pr. Roque e a turma de formandos de 2007, Turma Atalaia.
• Pesquisas particulares

Estudo organizado, reorganizado e alterado pelo Pr. Ronaldo N. Carvalho. Sendo aplicado nas conferências em Rondônia, na Igreja Batista Bíblica do setor 02 na cidade de Ariquemes. Data das conferências: de 28/12/2007 até 01/01/2008.

Tema: É Só o Amor que Permanece
Sub-Tema: Ser espiritual é trilhar o caminho sobremodo excelente: o amor.
Texto: 1 Co 13:8-13
Proposição: Mesmo que os dons espirituais sejam bênçãos de Deus para sua Igreja (e devemos buscar os melhores entre eles), ainda assim existe um caminho mais excelente, que é o AMOR.


INTRODUÇÃO:(PARTE - 3)

Depois de ter dito que Só o amor conta (13:1-3) e que só ele prevalece (13:4-7), Paulo mostra aos coríntios que O AMOR, em contraste com o caráter provisório e parcial dos dons espirituais, PERMANECE PARA SEMPRE (13:8-13). Esta noite nos prenderemos nesse tema.
O propósito de Paulo é estimular os coríntios a buscarem fervorosamente o amor, visto que, mesmo os melhores dons espirituais, haverão de passar enquanto o amor durará para sempre.

Tema: É Só o Amor que Permanece
Sub-Tema: Ser espiritual é trilhar o caminho sobremodo excelente: o amor.
Texto: 1 Co 13:8-13

PROPOSIÇÃO: A VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE TEM COM MOLA PROPULSORA O AMOR.

Transição:

EXEGESE:

I. “O AMOR JAMAIS ACABA” (v. 8)

A palavra que Paulo usa para “acabar” significa “CAIR” (pi,ptw, 1 Co. 10:8,12).
O sentido aqui é figurado: o amor jamais perderá validade; ele é eterno.
Ao contrário dos dons que são transitórios, o amor permanecerá para sempre, entrando pela eternidade afora. Nesse sentido, o amor é maior até mesmo do que a fé e a esperança (13:13).
A única certeza que os coríntios podiam ter é que só o caminho excelente subsiste. O único meio para resolver e encarar as dificuldades seria pelo amor, pois aquilo que os coríntios consideram como mais importante cessaria – o dom de línguas.
A grande pergunta é: “quando esses dons haverão de passar?”.
Os pentecostais o buscam todos os dias. Para eles aqueles que falam em línguas foram batizados pelo Espírito Santo e são superiores aos demais.
Mas existem aqueles que acreditam que esses dons já cessaram.


II. “QUANDO VIER O QUE É PERFEITO” (vv. 9-10).

1 Coríntios 13:8-13 é crucial para entendermos o ensino bíblico sobre o assunto.
A passagem gira em torno de um contraste entre o que “É EM PARTE” e O “QUE É PERFEITO”.
Podemos ainda usar uma das figuras prediletas de Paulo, a de um edifício. A igreja agora é como um edifício que está sendo construído. Esses dons são como os andaimes em torno do prédio em construção, pelo quais os trabalhadores levam adiante a construção e a edificação.
A igreja precisava desses dons, embora soubesse que eles são para essa fase da igreja em que ela estava em construção e que ainda não estava pronta.
Quando a igreja se aprontou, quando veio o perfeito e a edificação acabou, o era em parte foi aniquilado. Os andaimes serão tirados e ficará apenas o edifício da igreja, cheio de amor, para a habitação de Deus.

III. O SIGNIFICADO DA VINDA DO “PERFEITO”

Que esses dons cessariam está claro. Também está claro que cessariam quando o perfeito viesse. Mas o que significa esse perfeito?


A. A IGREJA AMADURECIDA EM AMOR – A MATURIDADE REVELACIONAL.

Paulo usa, nessa carta, a palavra "perfeito" no sentido de "MADURO ESPIRITUALMENTE", “MATURIDADE REVELACIONAL”.
Em 2.6 ele se refere aos "perfeitos", que podem compreender o ensino apostólico acerca do mistério de Deus, que é Cristo.
E em 14.20 ele exorta aos coríntios a que sejam “amadurecidos” (mesma palavra para “perfeitos”) no juízo, em vez de crianças.
Nesse ponto de vista, os dons espirituais fazem parte da infância da igreja. Quando ela amadurecer revelacionalmente, tais manifestações não serão mais necessárias.


B. CONTRASTE ENTRE IMATURIDADE E MATURIDADE: o menino e o homem.

Paulo usa, em 1 Coríntios 13.11, a figura de uma criança e de um adulto para fazer um contraste entre imaturidade e maturidade, sendo que a maturidade é o "perfeito" esperado.


C. CONCLUSÃO.

A conclusão é que a igreja cristã amadureceu logo após o período apostólico.
Passou a sua infância e, com ela, os dons carismáticos.
Depois da morte dos apóstolos a igreja com as Escrituras Completas (a Bíblia toda completada) pode caminhar sem os apóstolos.



IV. A CONVERSA: “DEUS É O MESMO ONTEM E HOJE”.


A. DEUS NEM SEMPRE AGE DA MESMA FORMA EM TODAS AS ÉPOCAS.

Sim, mas a sua forma de operação varia de época para outra.
Não podemos perder de vista o fato de que as Escrituras nos ensinam que Deus nem sempre age da mesma forma em todas as épocas.
Este é o problema com muitas pessoas. Elas pensam que Deus age, hoje, exatamente como agiu no período bíblico.


B. EXEMPLOS:

Mas, será que a imutabilidade de Deus é uma espécie de promessa de que ele sempre agirá da mesma forma na história dos homens?

1. CRIAÇÃO.

Todos concordamos, por exemplo, que Deus é capaz de criar outra vez mundos, sóis e estrelas; entretanto, segundo as Escrituras, ele já cessou sua obra de criação.
Todos concordamos que Deus poderia hoje criar mundos do nada exatamente como fez no princípio, mas nenhum de nós espera realmente que ele faça isso e nem ora por isso.
O fato de que nosso Deus é o mesmo hoje, ontem e para sempre não significa que ele sempre terá de criar mundos.
A criação do mundo é um exemplo de uma manifestação sobrenatural do poder divino que não se repete na História. Essa constatação é, no mínimo, um precedente para considerarmos a possibilidade de que Deus pode cessar de agir de determinadas formas na História.


2. OS PROFETAS DO A.T.

Há outros precedentes na Bíblia de atividades sobrenaturais que cessaram. Um deles é o dos profetas do Antigo Testamento.
O Senhor Jesus afirmou que João foi o maior e último deles (Mt. 13; Lc 16.16).

Os profetas do Antigo Testamento são encarados pelos escritores do N.T. como um grupo definido e fechado, freqüentemente referidos como "OS PROFETAS" (Mt 11.13; 23.29; l Ts 2.15; Hb11:32; Tg 5:1O; l Pe 1:1O-12), cujos escritos são mencionados ao lado da Lei, escrita por Moisés.
O autor de Hebreus declara que a atividade dos profetas do A.T. já havia cessado, fazendo parte do modo antigo de Deus se revelar ao seu povo, sendo substituída por uma revelação maior e mais excelente, que foi aquela por meio de Cristo (Hb 1.1-2).
Os profetas antigos são considerados, já no tempo do N.T., como homens santos, inspirados por Deus, a quem foi revelado o mistério de Cristo, revelação essa que ganhou forma escrita (2 Pd 1.20-21).


C. OS TEMPOS ATUAIS.

Semelhantemente, não temos mais homens com os poderes concedidos aos apóstolos, os legítimos sucessores dos antigos profetas, de inspiração e infalibilidade, de realizar curas tão extraordinárias.
O ofício apostólico, restrito aos Doze e à Paulo, cessou quando eles morreram.
A igreja não nomeou ou elegeu outros apóstolos para substituir os que iam morrendo.
E com os apóstolos, houve o cessamento daqueles dons relacionados com o ofício apostólico como, por exemplo, o dom de cura.
Todos nós cremos que Deus poderia, hoje, levantar pessoas assim outra vez e inspirá-las de modo a escreverem de forma inerrante a sua revelação ao povo, mas todos nós entendemos claramente, pelas próprias Escrituras, que essa atividade sobrenatural cessou.


D. AS ESCRITURAS JÁ ESTÃO COMPLETAS.

AS ESCRITURAS JÁ ESTÃO COMPLETAS. Não esperamos que novas Escrituras sejam produzidas hoje.
Assim, a inspiração dos profetas antigos e, semelhantemente, a dos apóstolos é mais um exemplo de atividade sobrenatural que ocorreu num determinado período da história da salvação e que, havendo cumprido seu propósito, encerrou-se.


E mais um precedente em favor do que estamos argumentando, que Deus não age sempre do mesmo modo:
Ninguém mais espera que Deus chame uma pessoa, hoje, e lhe faça a mesma promessa que fez a Abraão, que o Salvador do mundo nasceria de sua semente.
Ninguém espera que o Filho de Deus, outra vez, se faça homem no ventre de uma virgem e que morra outra vez na cruz pelos pecados do seu povo.
Teoricamente, Deus, que é o mesmo ontem, hoje e para sempre, poderia fazer todas estas coisas acontecerem novamente, mas certamente não as fará mais.
Elas aconteceram de uma vez para sempre, cumprindo um propósito único e definido na história da redenção.


E. MAIS EXEMPLOS.

Da mesma forma, Deus não parece estar disposto a realizar, outra vez, os grandes milagres do passado, que se encontram registrados no Antigo Testamento.
Não esperamos como uma possibilidade, ainda que remota, que Deus, hoje, abra mares à vista de todo um exército de incrédulos para seu povo passar, num momento de crise. É claro que ele poderia fazê-lo, mas não temos qualquer garantia ou promessa de que ele o fará.
Ou ainda, esperamos realmente que Deus hoje sustente um povo por 40 anos com pão do céu e água da rocha e com sandálias que não se acabam no deserto?
Ou que faça o sol parar no firmamento por um dia inteiro?
Ou que levante líderes dotados de força física sobrenatural como Sansão?
NÃO HÁ NENHUMA PROMESSA DE QUE DEUS FARÁ ISSO SEMPRE OU, OUTRA VEZ. E de fato, até onde sei, não há registro na História de que esses fatos aconteceram outra vez.
TAIS EVENTOS MIRACULOSOS FORAM REALIZADOS NUM DETERMINADO PERÍODO DA HISTÓRIA E COM UM PROPÓSITO DEFINIDO, QUE JÁ SE CONCRETIZOU.

F. EXPLICAÇÃO APLICATIVA:

NÃO É UMA QUESTÃO DE TERMOS FÉ OU ORARMOS POR ESSAS COISAS.
DEUS SIMPLESMENTE NÃO NOS PROMETE QUE AS FARÁ OUTRA VEZ.
Entretanto, ele permanece sendo o Deus onipotente e Todo-Poderoso de sempre. Apenas em sua sabedoria, ele tem formas diferentes de agir em épocas diferentes.


G. CONCLUSÃO:

Portanto, o argumento de que Deus age, hoje, exatamente da mesma forma como agiu no período bíblico...
• carece de fundamentação exegética
• e ignora a evidência bíblica de que o Senhor age de acordo com um plano, cujas etapas se completam dentro de períodos definidos da História.

Precisamos ter cuidado antes de dizer que tudo o que ocorria no culto das igrejas do período apostólico deverá ocorrer hoje, se tão somente estivermos abertos, buscando com fé.
Não podemos deixar o propósito de Deus fora da questão.


V. IMPLICAÇÕES PRÁTICAS PARA NÓS

1 Coríntios 13 traz profundas implicações práticas para o culto que deseja ser, de fato, “NO ESPÍRITO”.
Desejo destacar algumas delas.


A. ESPIRITUALIDADE E MANIFESTAÇÕES CARISMÁTICAS

Em termos de culto, as igrejas devem zelar para que seus membros não adquiram a falsa idéia de que espiritualidade e manifestações carismáticas são uma mesma coisa.
B. ESPIRITUALIDADE E FORMAS LITÚRGICAS

Palmas, gritos, choros não são sinais de verdadeira espiritualidade


C. PARTICIPAÇÃO NOS CULTOS

Devemos, igualmente, impor critérios firmes quanto aos que vão participar do culto.
Paulo nos ensina que mais importante que talento musical, dotação carismática ou capacidade de liderança e comunicação, É UMA VIDA EM AMOR.
O fato de que alguém ser dotado com dons públicos não significa necessariamente que o mesmo deveria ter permissão para exercê-los no culto.
Sem amor, sua participação de nada valeria e ele nada seria.
É preciso que uma vida santa e reta seja o critério maior.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Este estudo teve como fonte de Pesquisa:

• Uma mensagem preparada e pregada pelo Pr. Roque N. Albuquerque e, Iguatu, 03 de setembro de 2000.
• Estudos desenvolvidos em sala de aula pelo Pr. Roque e a turma de formandos de 2007, Turma Atalaia.
• Pesquisas particulares

Estudo organizado, reorganizado e alterado pelo Pr. Ronaldo N. Carvalho. Sendo aplicado nas conferências em Rondônia, na Igreja Batista Bíblica do setor 02 na cidade de Ariquemes. Data das conferências: de 28/12/2007 até 01/01/2008.

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