CONSELHOS PRÁTICOS PARA PASTORES

PR. MARCOS GLAYSON ALENCAR(07/03/08)
TITULO: CONSELHOS
TEMA: CONSELHOS PRATICOS PARA OS PASTORES(ADAPTADO DO SERMÃO DO PR. JOSÉ PEREIRA PREGADO NA AIBRECE EM IGUATU/CE)
PROPÓSITOS:
1. Compartilhar as experiências aprendidas no ministério;
2. Orientar os pastores nas decisões cruciais do ministério;
3. Apresentar informações acerca do ministério pastoral.
INTRODUÇÃO: “Quem almeja o episcopado excelente obra almeja” O ministério realmente é uma excelente obra. Não existe algo mais sublime, maravilhoso e gratificante que exercer o santo ministério. Para isso o homem de Deus precisa usar a sua capacidade dada por Deus em sua totalidade e não desejar ser mais do que o Senhor lhe concedeu. Humildade é um ingrediente indispensável para o bom desempenho de qualquer ministério, essa deve ser a marca que deve identificar o pastorado de todo ministro do Senhor. Uma outro ingrediente que ajudara ao pastor a desenvolver um bom ministério, certamente será colocar em prática os conselhos da Palavra de Deus, através das praticas desses conselhos o seu ministério será um grande sucesso para honra e glória de Deus. Além dos conselhos bíblicos existe os conselhos práticos vividos por colegas de ministério, que ao longo de sua jornada tem aprendido muitas e valiosas lições que enriqueceram seus ministérios, produzindo também maturidade na vida pessoal e ministerial. Quero compartilhar algumas dessas experiências que vivi nesses 13 anos de ministério, espero que as mesmas possam ajuda-los de alguma forma.
SENTENÇA INTERROGATIVA: QUAIS SÃO ESSAS ESPERIÊNCIAS?
SENTENÇA DE TRANSIÇÃO: A primeira delas estar relacionada ao primeiro pastorado.
I – PRIMEIRO PASTORADO: Normalmente é o maior desafio de um ministro o primeiro pastorado, devido vários fatores.
1. O problema da falta de experiência: (1 Tm 3.6)
1.1. Esse sem dúvida é um dos grandes problemas, por faltar a experiência muitos
erros são cometidos, muito sofrimento vem sobre a igreja e o pastor.
O QUE FAZER ENTÃO PARA SUPERAR A FALTA DE EXPERIENCIA?
1.2. Tenha muita humildade. A humildade, muita humildade é importante para o
pastor iniciante desenvolver bem seu primeiro ministério. A mesma o ajudará a
ter os pés no chão, a agir com sabedoria e errar menos. O pastor precisará ter
humildade para aprender, para reconhecer seus erros, para pedir ajuda aos
colegas mais experientes, para ouvir irmãos da igreja e tanto mais. “A
humildade precede a honra”(Pv 15.33; 18.12; At 20.19; Fp 2.3; 1 Pe 5.5)
Se for orgulho poderá colocar tudo a perder, seu ministério poderá ser
manchado ou possivelmente findar logo no início. O orgulho, além de pecado,
somente atrapalha. “Deus resiste os orgulhosos, mas dar graça aos
humildes”(Pv 3.34; Sl 5.5; Pv 8.13; 16.5; 21.4; Rm 12.16; 1 Tm 6.17)
1.3. Seria bom um estagio com alguém experiente. Muitos seminários exige que
seus formandos tenha um ano de estágio com um pastor abalizado, antes de
assumir qualquer igreja.
1.4. Ouças e peça informações aos pastores em atividades. A bíblia diz que aquele
que ouve os bons conselhos se torna sábio e que os que andam com os sábios,
sábio também ficara. Então procure se aconselhar com os pastores mais
maduros, eles já sabem como pastorar e com certeza vão te ajudar bastante.
2. O problema com salário:
2.1. Muitos são os pastores que tem enfrentado esse problema, tudo porque não foi
sábio em administrar esse fator.
2.2. É bíblico que o pastor tenha um salário no qual venha suprir suas necessidades,
e de sua família(1 Cor 9.4-14)
COMO TENHO DE LHE DAR COM A QUESTÃO DO SALARIO?
2.3. Defina um padrão financeiro aceitável que venha suprir suas necessidades:
2.3.1. Qual o padrão do campo? Veja o custo das coisas e baseado na pesquisa
você terá condições de estabelecer um padrão digno para seu sustento.
2.3.2. Sugira que a igreja torne seu sustento baseado em salário mínimo, pois o
mesmo sempre terá seu reajuste com base no mínimo. Você não
precisará ta suplicando por aumento, toda vez que a coisa apertar,
automaticamente quando sobe o mínimo o seu salário fica atualizado.
2.3.3. Viva dentro de sua realidade, faça um orçamento programado para não
gastar mais do que ganha, é feio para um ministro, querer dar um pulo
maior que a perna, ele precisa também ser exemplo na administração de
suas finanças.
3. Assumindo o pastorado tome os seguintes cuidados:
3.1. Não faça mudanças que são não sejam absolutamente necessárias. Muitos eram
porque querem entrar mudando tudo, aí cria um grande obstáculo entre ele e a
igreja. Tenha calma seja sábio, mudanças leva tempo, ganhe primeiro a
confiança do seu povo, a amizade deles e aí os convença pela palavra a fazer as
mudanças que forem necessárias.
3.2. Ouça o pastor que está saindo, ele conhece a igreja melhor do que você.
Pergunte tudo que você precisa saber, para conhecer a igreja que vai pastorear,
mas também tenha cuidado, ouça as informações, não tome todas como
verdade, pois o pastor pode sair magoado e detonar os irmãos. Portanto deve
ter cuidado, o tempo dirá se o pastor foi fiel nas informações.
3.3. Goste das pessoas como elas são, defeitos são inerentes à pessoa humana. Não
concorde nunca com atitudes erradas, mas respeite sempre o jeito de ser de
cada membro, não tente muda-los, poderá enfrentar sérios problemas.
3.4. Procure se conhecer os pastores, se envolva com o a comunhão da região.
Participe das reuniões de pastores, seja um colega, amigo dos demais pastores,
envolva a igreja na comunhão, participe juntamente com ela de todas as
programações. Isso ajudará manter forte a doutrina que você defende, uma
andorinha só não faz verão, mas a união faz a força.
3.5. Seja amigo de todos de igual modo. Nada de fazer panelas, convidando alguns
para sua casa e outros não, isso é terrível, é um erro que muitos pastores
cometem, até mesmo os mais experientes. Outra é exaltando publicamente
determinada família, a detrimento das outras, isso é terrível, evite esse tipo de
cena.
SENTENÇA DE TRANSIÇÃO: O segundo conselho diz respeito a saída do pastor da igreja.
II – A SAÍDA DA IGREJA: Nenhum pastorado é eterno e definitivo, Deus pode a qualquer momento chamar o pastor para outra igreja, ou outro ministério. QUAIS AS DICAS NESSE CASO?
1. Quando Sair:
1.1. Razões Objetivas:
1.1.1. Problemas com a igreja
1.1.2. Problemas pessoais.
1.2. Razões Subjetivas:
1.2.1. Terminou o ministério na igreja. Por duas razões:
a). Termina por que o pastor entende que Deus o chama para outro
ministério
b). Termina devido perder a autoridade e o respeito da igreja
1.2.2. Oposição Interna.
a). Muitos pastores tem encontrado oposição no seu ministério e por essa
razão não tem liberdade para desenvolver seu ministério, e portanto a
melhor opção é deixar a igreja.
b). Geralmente as oposições são dirigidas por pessoas que não tem
nenhum compromisso com Deus e sua obra, mas porque tem uma certa
condição financeira, geralmente domina os demais irmãos.
1.3. Não lute contra a Igreja:
1.3.1. Se ela não deseja mais sua presença, por favor saia, é melhor para você
e para a obra. Não podemos ficar em um local a onde não somos
respeitados e bem vindos. Muitos pastores se apegam aos estatutos
para justificar sua permanência na igreja, isso é lamentável, eles ficam
os pés e diz: DAQUI EU NÃO SAIO, DAQUI NINGUÉM ME TIRA”
As vezes conseguem ficar, mas o preço é alto demais para pagar,
divide a igreja, e muitas vezes arruínam ao ponto de quase fechar as
portas, ai depois que fez essa bagunça toda, resolve sair. Por que não
saiu logo? Agora é tarde demais, o estrago estar feito. Amados, é
melhor sofrer o dano, do que fazer a igreja sofrer, saia logo.
1.3.2. Não fique na igreja se a única razão para ficar for não ter o que fazer.
Conheço muitos colegas que vivem um ministério desta maneira, estão
na igreja porque não tem outra igreja para assumir, mesmo sendo
humilhado, destratado pela igreja, prefere permanecer nela. Outros
ficam devido o salário e a casa pastoral, não querem largar o osso,
como diz o ditado popular. Deixe-me dar um exemplo pessoal, sai da
1ª igreja no dia 18 de fevereiro de 2007, hoje faz mais de ano que
deixei o pastorado dessa igreja. Ganhava 1.750,00(um mil e setecentos
reais). Iniciei um outro trabalho do zero, e o meu sustento não ficou a
desejar, recebo hoje mensal em média 1.750,00(um mil e setecentos
reais) fora um aluguel de 380,00(trezentos e oitenta reais) pago por
nossa congregação. Deus é fiel amados, o pastor que confia no Senhor
e depende dEle, não ficará abandonado.
1.3.3. Não saia atirando. É ruim para o trabalho e é pior para você. Só há
duas maneiras de sair da igreja, regozijando-se ou chorando. Prefira a
primeira, quando notar que seu ministério não mais agrada, ou mesmo
não estar sendo eficaz, peça para sair. Com certeza essa é a melhor
maneira digna de um servo de Deus deixar o seu nome na lembrança
da igreja, de maneira saudosa.
1.3.4. Seja generoso com os inimigos. No caso de sua saída ter sido
provocado por opositores, tenha misericórdia deles, entregue-os nas
mãos de Deus. Não tente vinga-se ou detona-los, Deus se encarregará
de fazer por você, como diz um certo ditado: “ELES NÃO PERDEM
POR ESPERAR” mas cedo ou mais tarde vão pagar por ter perseguido
o homem de Deus. Não tem uma só alma que se levante contra um
pastor e fique impune(1 Sm 26.9), creia nisso, Deus é fiel em cumprir
sua Palavra(Jr 1.12).
1.4. Como deve ser seu relacionamento com a igreja que deixou o pastorado?
1.4.1. Ajude o pastor que vai chegar – dê as informações corretas. Procure
deixar a casa arrumada para o seu colega, isso é muito bom, para seu
próprio testemunho. Procure não falar mal dos membros, fala
somente o estritamente necessário.
1.4.2. Seja discreto no relacionamento com os amigos que ficam. Isso é
muito importante, evita ciúmes por parte do novo pastor e
comentários levianos contra sua pessoa. Eu deixei duas famílias
maravilhosas na 1ª Igreja, as quais tinha uma íntima relação, mas me
afastei deles para evitar problemas.
1.4.3. Não interfira no ministério do outro pastor. Por ter sido pastor as
vezes será procurado por algum irmão para se queixar da atual
administração, nessa hora você deve ser sábio, não fale nada que
venha alimentar o irmão contra o novo pastor, procure acalmar o
ânimo e convence-lo a dar total apoio ao colega. São pouquíssimos
os casos onde é justificável sua opinião, mesmo nesses casos, deve
primeiro procurar falar com o pastor, antes de dar seu parecer.
SENTENÇA DE TRANSIÇÃO: O terceiro é ultimo conselho envolve o novo ministério.
III – O NOVO PASTORADO: Nessa fase você já tem alguma bagagem que poderá ser bem aproveita, tome as seguintes iniciativas:
1. Ajustes Iniciais:
1.1. Visita prévia e convite:
1.1.1. Visite a igreja, conheça a mesma pessoalmente antes de aceitar um convite. A vista é importante para a igreja te conhecer o pastor e família, fazer a entrevista de costume, conhecer o seu posicionamento administrativo, sua fé e seus pontos de vistas.
1.1.2. Nessa visita procure conhecer os estatutos, regimento interno, declaração de fé, práticas e costumes, para ver se estar de acordo com a bíblia. O ideal seria o pastor passar uma semana com os irmãos se hospedando cada dia em casas diferentes para ir conhecendo um pouco os irmãos. Fazer ma conferência é o ideal, os irmãos poderão avaliar o conhecimento do pastor, sua pregação e seu estilo.
1.1.3. É legítimo a igreja fazer um convite oficial discriminando o que ela pode oferecer ao pastor de maneira clara e objetiva. Para não haver confusões o convite deve especificar o salário e todos os demais privilégios que o pastor irá usufruir.
1.2. Ajuste Financeiro:
1.2.1. Equilíbrio financeiro é fundamental(1Cor 9.4-14; 1Tm 5.17 e 1Pe 5.1,2). O pastor deve fazer uma pesquisa nos supermercados, escolas, comercio para avaliar o custo de vida, e daí com base nessa pesquisa estipular o salário que dará para suprir suas necessidades. As vezes pode a igreja oferecer um salário maior, se isso acontecer graças a Deus.
1.2.2. Privações são aceitáveis, mas por tempo determinado. As vezes por a igreja enfrentar uma crise, devido recessão nacional, que provoca desemprego em massa, como conseqüências as entradas cairão. Nesse caso o pastor deve entender se caso for preciso diminuir o seu salário, deve se adequar a atual situação. Mas nunca passe necessidade com sua família, quando perceber que a igreja tendo condições de mantê-lo, estar negligente, fazendo pouco caso de suas necessidades. Eu tenho enfrentado muitas dificuldades e privações com minha família por amor a obra, porque entendo que a congregação não tem condições de me dar o necessário. Mas jamais sofrerei e passarei necessidades, se ela tiver condições e não me honrar, isso o pastor não pode permitir.
1.3. As primeiras medidas:
1.3.1. Leve em conta a liderança existente na igreja. O pastor deve considerar a atual liderança, pois a mesma já conhece a igreja, seus problemas e tudo mais. E com certeza tem o apoio da igreja, então respeite a mesma. Caso haja alguém da liderança que não esteja qualificado biblicamente para assumir o cargo, então nesse caso o pastor tem todo direito e obrigação de pedir o afastamento de tal irmão.
1.3.2. Cultive um bom relacionamento com o pastor que estar saindo. Porque ele é amado pelos irmãos, querido e se você se der bem com ele, vai cair na graça do povo. Outra razão é porque ele é seu colega de ministério e portanto deve ter um bom relacionamento. Almocem juntos, o convide para pregar na sua igreja, o convide para as programações especiais.
1.3.3. Não faça mudanças abruptas, drásticas. Ajuste-se a igreja e nunca tente ajustar a igreja a você. O mal de muitos pastores é querer que a igreja adira seus gostos, isso é muito perigoso, pode criar um sério problema de relacionamento, que prejudicará o ministério do pastor. Por exemplo, o pastor não gosta da guitarra, mas vai para uma igreja que tem guitarra dede sua fundação, os irmãos estão acostumados, aí ele diz: “DE HOJE EM DIANTE A GUITARRA TA PROIBIDA”, um outro exemplo: a igreja festeja o natal desde a sua fundação, e ai o pastor chega e diz: DE HOJE OR DIANTE FESEJAR NATAL NNCA MAIS. Ainda outra exemplo, a igreja tem o costume de colocar as mulheres para orar nos cultos, cantar mensagens musicais, exercer cargos na escola dominical e da própria igreja, ai o pastor diz: “ESSE NEGOCIO DA MULHER ORAR, EXECER CARGO JÁ ERA” Tal pastor não é sábio, se você tem esse costume tudo bem, é direito seu, respeitamos. Mas para você ser honesto consigo mesmo, deveria não ter aceito o convite, uma vez que sabia que a igreja não tem o seu costume, agora tentar adaptar a igreja a seu costume, isso não ético e nem cristão. Procure uma igreja que creia como você ou então mude de costume e se adapte ao costume da igreja.
1.3.4. Seja um líder do Deus vivo(1 Pedro 5.2-3). Desenvolva seu ministério seguindo o padrão divino, estabelecido nas Escrituras. Nunca queira inventar e nem adicionar normas, ao que Deus não diz m Sua Palavra. Tem pastores que gostam de inventar certas regras na congregação, regras essas baseadas em textos distorcidos das Escrituras, baseado em costumes judaicos, que não são nem de longe aplicados ao contexto da igreja. Não invente pastor, seja apenas cumpridor do que a bíblia diz, e terás um ministério bem sucedido.
CONCLUSÃO: Todos esses conselhos são comuns e fazem parte da experiência de todos. A determinação de aplica-los é que faz a diferença. Que Deus abençoe e ajude-nos a aplica-los em nossos ministérios.