segunda-feira, 10 de março de 2008

PASTOR A LUZ DA BÍBLIA

PR. MARCOS GLAYSON ALENCAR(10/03/08)
TÍTULO: O PASTOR DA IGREJA LOCAL
TEMA: O PASTOR A LUZ DA BÍBLIA
T. CHAVE: ATOS 20.28
P. CHAVE: “CARACTERÍSTICA”
FORMA: UMA IDEIA A SER EXPLICADA
PROPÓSITOS:
1. Mostrar quem é o pastor bíblico
2. Mostrar qual o seu papel na igreja
3. Mostrar como a igreja deve tratá-lo
INTRODUÇÃO: Essa é a minha última mensagem como pastor desta igreja, esteve a semana toda pensando o que poderia pregar, qual a mensagem que a igreja precisa ouvir e que venha trazer edificação, consolação e exortação. Aí me veio a idéia de pregar sobre a pessoa do pastor, uma vez que a igreja estar almejando a vinda de um para a pastorear. Qual deve ser o perfil do novo pastor? Quais as características bíblicas deve ter o novo pastor? Qual será o papel dele na igreja? Qual a responsabilidade da igreja para com o mesmo? É muito importante para igreja ter bem definida essas questões, pois:
PROPOSIÇÃO: O BOM EXITO DO PASTOR DEPENDE DA VISÂO BÍBLICA QUE SUA IGREJA TEM DELE.
SENTENÇA INTERROGATIVA: QUAL A VISAO DESTA IGREJA QUANTO AO HOMEM QUE DESEJAM PARA ASSUMIR O PASTORADO?
SENTENÇA TRANSIÇÃO: Para responder a essa pergunto vamos dar um passeio na bíblia com o fim de vermos o que diz a mesma sobre o pastor, só aí poderemos analisar se temos uma visão bíblica correta quanto a pessoa do pastor.
LEITURA BASE: ATOS 20.28
SENTENÇA DE TRANSIÇÃO: Essa passagem será usada como ponto de partida para chegarmos as demais, mas logo de entrada encontramos algumas informações básicas sobre o pastor. Qual será a primeira?
I – O PASTOR É ALGUÉM CHAMADO POR DEUS.
1. Existe dois tipos de pastores:
1.1. O chamado pastor: (feito pelos homens) O chamado acontece de duas maneiras:
a). Ele é convidado pelo homem e não por Deus:
1.1.1. Ele entra no ministério sem convicção de sua chamada.
1.1.2. As vezes é convidado por ter uma boa palavra, uma condição financeira
razoável, por se vestir bem e ter um bom conhecimento bíblico.
1.1.3. Geralmente é introduzido no ministério por circunstâncias por exemplo: O
missionário precisa se ausentar, sair da igreja, ai para não deixar a igreja sem
pastor convida um determinado irmão para assumir a igreja.
1.1.4. O resultado é que tal pastor entra no ministério sem nenhuma estrutura e sofre
e se decepciona e causa um mal tremendo a igreja, pois não é um pastor
chamado, e sim convidado.
1.1.5 Temos de ter cuidado para que nossa escolha não traga danos para a obra do
Senhor. Convidar alguém para o ministério sem antes termos a convicção de
que o Espírito Santo escolheu tal candidato, é muito perigoso.
1.1.6. Temos exemplos de pessoas não chamadas por Deus mas que foram
chamadas pelos homens, convidadas ao ministério. Um bem conhecido foi o
rei Saul, ele foi convidado por Israel, embora Deus fizesse alguma coisa por
seu intermédio, concedendo muitas vitórias. Ele foi um rei desastroso,
despreparado, desobediente, tudo isso deve ao fato de ser um rei convidado e
seu fim foi triste.
b). Ele se oferece para ser ministro:
1.1.7. Coisa triste é alguém oferecido, infelizmente existem em nosso meio muitos
obreiros oferecidos, não sabem esperar a sua hora, ou seja, a chamada e
depois trazem prejuízos a obra de Deus.
1.1.8. Não conheço nenhum pastor chamado ate hoje, que se ofereceu, que exigiu
ser pastor. Muito pelo contrário, todos eles ficaram surpresos com o
chamado de Deus, não esperaram tal honra e se acham até hoje indignos de
tal honra.
1.1.9. Muitos se oferecem para serem diáconos, pastores, obreiros e missionários,
sendo que Deus reprova essa atitude. Temos um exemplo claro de alguém
que se ofereceu para ser rei e que foi uma desgraça(2 Sm 15.4). Absalão se
oferecia para ser rei e com isso furtava o coração do povo. Ele é o tipo de
crente que se oferece todos os dias, acredita que fazendo assim vai cair na
graça do povo, ficam nas igrejas esperando os irmãos magoados, tristes,
rebeldes e ele se oferece, para julgar a causa de cada um. Outro exemplo de
oferecimento foi o de Abimeleque(Jz 9.1-2), foi a sua derrota, após matar
70 homens que eram seus irmãos, terminou em fracasso. O pastor chamado
por Deus jamais vai se oferecer, ele vai saber esperar a confirmação da sua
chamada, que acontecerá, no momento oportuno com o aval do Espírito
Santo.
1.2. O Pastor Chamado(É Deus quem o chama)
1.2.1. É bem diferente do tipo anterior, pois ele tem certeza de sua chamada, e
aguarda em silêncio a confirmação do Espírito Santo. Foi assim que
aconteceu com Paulo(Atos 9.15). Jesus mostrou a Ananias que Paulo era
chamado para a obra do Mestre.
1.2.2. Acredito que Paulo no seu coração tinha a convicção do seu chamado, mas
esperou a confirmação do Espírito Santo em Atos 13.2. Quando o pastor ou
missionário tem certeza de sua chamada. Ele não se preocupa, porque Deus
revela ao pastor da igreja através do Espírito Santo, quem realmente é
chamado.
1.2.3. O pastor chamado por Deus entrará no ministério pela porta da frente
apoiado por sua igreja local. Ele enfrentará as dificuldades, problemas, lutas
em seu ministério, com alegria, porque Deus o chamou, e não se arrepende.
2. Existe dois tipos de chamado na obra do Senhor:
2.1. Chamado para o ministério pastoral:
2.1.1. O texto chave da nossa meditação diz: “PASTOREAIS O REBANHO DE
DEUS”
2.1.2. Paulo chama os pastores de Éfeso para Mileto com o fim de dar-lhes as únicas
recomendações antes de sua partida. Ele tinha certeza de que aquela era a
ultima vez que os viria e portanto chama-os para dar suas ultimas instruções.
2.1.3. Fica claro nessa passagem o chamado para o ministério pastoral.
2.2. Chamado para o ministério missionário:
2.2.1. Esse chamado fica evidenciado na vida de Paulo e Barnabé em Atos 13.1-4
2.2.2. Paulo e Barnabé serviam na igreja e o Espírito Santo os escolhe para um
ministério missionário.
2.2.3. Muito embora Paulo em algumas vezes em seu ministério exercesse funções ou
atividades pastorais, o seu chamado pessoal foi para o ministério missionário.
3. Quando esse chamado acontece?
3.3. O pastor e o missionário são chamados antes de sua existência da parte de Deus:
3.3.1. Acredito que ambas são feitas na eternidade, Deus na sua soberana graça
escolhe os que hão de ser pastores e missionários.
3.3.2. Vejamos dois casos específicos de escolhas de homens para o santo
ministério:
a). Jeremias: Foi escolhido para ser profetas as nações antes de sua existência,
confira o texto bíblico: Ora veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que
saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta.
(Jeremias 1.4,5)
b). Paulo: Diz em Gálatas que ele foi escolhido e chamado por Deus
para o ministério, ainda quando estava na barriga de sua mãe,
confira o texto bíblico: Mas, quando aprouve a Deus, que desde o
ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua
graça, (Gálatas 1.15)
c). Foram dois ministérios distintos aqui, um foi para ser PROFETA as
nações, ou outro foi para ser MISSIONÁRIO, em ambos tem um
ponto incomum, eles foram escolhidos por Deus para o ministério,
antes do seu nascimento.
d). Para muitos esses versículos não mostram a escolha na
eternidade, mas se refere ao conhecimento antecipado de Deus na
escolha. Eu discordo de tal posição pois os versículos não tratam
de um conhecimento prévio apenas de Deus, mas de uma escolha
realizada antes do nascimento de ambos. Os textos são claros, não
há como fugir dessa verdade, por mais que não queira.
e). Paulo ratifica que a escolha para o pastorado é feita na
eternidade. Quando Paulo escreve a segunda carta a Timóteo ele
diz isso, afirma que tanto ele como o jovem pastor foram
escolhidos na eternidade. Confira o texto bíblico: “Portanto não te
envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que
sou prisioneiro seu; antes participa comigo dos sofrimentos do
evangelho segundo o poder de Deus, que nos salvou, e
chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras,
mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada
em Cristo Jesus antes dos tempos eternos(2 Tm 1.8-9).
Esse capítulo especialmente os versículos 8 a 18, Paulo trata com
um jovem pastor falando de seu chamado pastoral. Dos
versículos 8 a 12 ele diz que o chamado para o ministério é
caracterizado pela coragem. Do versículo 13 a 18 o chamado é
caracterizado pela fidelidade.
d). Pessoalmente não tenho nenhuma dúvida de que o chamado
pastoral como o missionário são feitos por Deus na eternidade,
antes do nascimento.
4. Quem chama o pastor?
4.1. É o Espírito Santo quem escolhe os pastores e missionários(Atos 20.28)
4.2.Essa escolha não é baseada em nenhuma obra praticada pelo escolhido, mas por pura graça.(gálatas 1.15; 2 Tm 1.8,9)
4.3.É a ação de Deus quem nos coloca no ministério, somos pastores ou missionários por vontade soberana de Deus(1 Tm 1.12)
4.4.Deus concede a graça de pastorear aos que Ele escolheu antes da fundação do mundo e dar capacidade para desenvolver seu ministério(Ef 4.11; Jr 1.7-9)
5. O chamado precisa ser reconhecido pela igreja local e pelos pastores
5.1. O reconhecimento desse chamado é temporal, tanto pela parte do chamado,
como pela igreja local. Alguém chamado por Deus vai reconhecer esse
chamado em algum tempo de sua vida e a igreja há de reconhecer esse chamado.
5.2. Todo o que é chamado por Deus precisa ser aprovado pela igreja, não existe
pastor ou missionário sem o aval da igreja local.
5.3 Isso é muito claro na chamada de Paulo em Atos 13.1-4, O Espírito Santo
escolhe a Paulo e Barnabé e diz a igreja que os separem, santifique, o
mesmo que reconheçam que tais homens tem um chamado divino para o
santo ministério.
5.4. É a igreja que tem a autoridade legal e bíblica para reconhecer o chamado.
Somente a igreja local tem esse poder, um comitê de pastores não tem esse
poder. O pastor é um dos ofíciais da igreja local, logo cabe a ela, escolher
os homens os quais desenvolverão esse ofício. Os pastores apenas
reconhecem a escolha da igreja, mas não tem poderes para escolher pela
igreja, a autoridade que faz um ministro exercer o pastorado vem da igreja
e não do concilio de pastores. Os ofícios de PASTORES e DIACONOS são da
igreja e portanto a mesma os entrega a quem de fato merecem exercer. Essa
verdade é ratificada na escolha dos diáconos em Atos 6.1-6. foi a igreja quem
escolheu os homens e não os apóstolos, eles apenas reconhecerem(At 6.6; 1 Tm
4.14).
6. Como a igreja reconhecerá o chamado?
6.1. É bom que si diga; que Deus não precisa ver em nós características, marcas, para
nos identificarmos como salvos ou aptos para o ministério. Mas a igreja sim, essa
precisa notar, identificar características no candidato ao pastorado. Deus chama o
pastor ou o missionário não porque viu nele as características, não, o chamou por
sua livre graça, com o passar do tempo Deus vai capacitando o chamado com as
características necessárias para assumir seu ministério. Essas características vão
sendo incorporada na vida do chamado a medida que ele vai tendo conhecimento de
Deus, através da leitura e estudo das Escrituras. Para facilitar a vida da igreja Deus
estabeleceu algumas características que ajudam a igreja a reconhecer o chamado, o
homem a quem Deus escolheu para ser pastor ou missionário.
6.1. Outra observação que precisamos fazer é que todo aquele que é chamado por Deus,
deve, desenvolver em suas vidas as características exigidas na Palavra. Essas
características não é produzida por si só, é Deus quem produz na vida do chamado,
através de sua comunhão com Deus. Nenhum chamado é escolhido por Deus por
ter essas qualidades, veja o caso de Paulo e Jeremias, foram chamados na barriga
da mãe. Deus não faz suas escolhas baseado nas nossas virtudes, toda escolha de
Deus é baseada na graça(favor imerecido). Todos os homens que foram chamados
para o ministério reconheceram não ter capacidade alguma, veja o exemplo de
Moisés(Ex 3.10-12), mas disse Deus eu serei contigo em outras palavras eu te
capacito. Três coisas Deus faz quando chamado alguém para o ministério: 1. Ele
capacita; 2. Ele supre as necessidades espirituais, intelectuais e materiais; 3. Ele
respalda com a cobertura espiritural, concedendo autoridade ao chamado. Deus quem produz na vida do chamado, atrav ou aptos para o ministdaç.(gm todas honras, mesmo que na igreja e ntalposiç ultimas
6.3. Quais são essas características?
6.3.1. O Chamado tem uma vida de serviço na igreja local
a). Paulo e Barnabé serviam na igreja de Antioquia quando foram
chamados(Atos 13.1-32)
b). O chamado por Deus para o ministério é alguém que já estar envolvido
com a obra de Deus desde o inicio o de sua conversão. Veja o exemplo de
Timóteo(2 Tm 1.3-6 e 2.15)
c). Ele já tem em si um amor pela obra que consome sua vida, e dedica-se
com mais empenho que outro que não tem o chamado.
d). Então, todo aquele que foi chamado por Deus, vai evidenciar um amor
pela obra do Senhor, demonstrado através do serviço cristão na igreja
6.3.2. O Chamado lidera bem seu lar(1 Tm 3.4-5)(Tito 1.6)
a) - “...que governe bem sua própria casa..”
I. No grego é “proistemi”, que significa “ser o cabeça” “conduzir” “gerir”,
sendo palavra usada para indicar qualquer forma de governo, ainda que,
secundariamente, tenha o significado de “ter interesse por” “cuidar de”
“ajudar a”.
II. O pastor é o governante da igreja local, mas, antes de tudo, deve ser o
chefe de sua casa. Seu lar é a sua primeira responsabilidade, e somente
se ele se mostra apto ali é que deve ser considerado capaz de governar a
casa de Deus.
b) - “....Cria seus filhos sob disciplina...” Literalmente, mantendo em
sujeição
I. O pastor deve obter esse resultado com razão, com paciência e com
gentileza, embora também com demonstração de autoridade e força, que
seus filhos aprendam a respeitar.
II. Ora, isso nem sempre é fácil de conseguir, porquanto as crianças também
são indivíduos, podendo ser dotados de fortíssima vontade própria.
III. Todavia, um pai obterá bons resultados se suas ordens forem justas e
úteis; a assim seus filhos aprenderão que o pai de família age assim para
benefício deles,e não meramente a fim de demonstrar a sua autoridade.
c) – “....com todo respeito..”
I - No grego é “semnotetos”, que quer dizer “reverência”, “respeito”,
“dignidade” “seriedade”.
II – “..com todo respeito...” não estar se referindo no contexto aos filhos,
mas sim ao pastor, ele é o foco em questão. O pastor precisa reconhecer
a seriedade de sua missão. Aos seus filhos, todo o pai deve três coisas:
EXEMPLO, EXEMPLO, EXEMPLO. Se um pai der exemplo a seus
filhos exemplo certo, será fácil para aqueles se tornarem homens de
Deus.
III – O pai é quem deve mostrar aos filhos o caminho. Notemos que o termo
grego “...todo...” é empregado aqui. As ações de um pai pastor, para
com seus filhos, deve ser caracterizada por uma seriedade “completa” e
“perfeita”. Não deve ser uma atitude desinteressada. Pois, se mostrar tal
atitude, poderá afastar de si os seus filhos, tornando-os presa fácil de
más influências. Em “tudo” um pastor deve manter dignidade espiritual
diante de seus filhos.
d) – Tito ainda diz: “..tendo filhos crentes...”
I – No grego é usado o termo pistos, que pode significar “crente” ou “fiel”.
Ser alguém fiel ou digno de confiança pressupõe que seja um crente em
Cristo, pois de outra maneira, do ponto de vista do cristianismo, não
poderia ser alguém chamado “fiel”
II - Se um pastor não pode conquistar seus para Cristo os seus próprios
filhos, na lealdade a Cristo, dificilmente se poderá esperar que consiga
isso com os filhos dos outros, e nem com os membros das igrejas.
e). – Tito continua: “...que não sejam sejam acusados de dissolução...”
I – No grego é “asotia”, “deboche” “devassidão”, forma privativa de
“sodzo”, isto é, aqueles não salvos dos excessos. É provável que esteja
em foco pecados de natureza sexual, pecados grosseiros como
alcoolismo, vícios, embora o termo aqui usado não se limite a tal
significado.
II – Na parábola do filho pródigo, foi dito que ele vivia “dissolutamente”. E
na narrativa a seu respeito é usado o mesmo termo empregado aqui,
posto que sob forma verbal(Ver Lucas 15.13). Esse termo era usado nos
escritos gregos para indicar o dispêndio excessivo de dinheiro, o que
geralmente é acompanhado pela vida de luxo e dissolução. Esse
vocábulo também é usado em Efésios 5.18, o qual alude aos
“excessos”, provocados por aqueles que abusam das bebidas alcoólicas;
e a passagem de 1 Pe 4.4 fala sobre os excessos dos pagãos, que os
crentes devem evitar.
III - Um pastor chamado não pode ter filhos que causem desonra,
escândalos ao ministério do pai. O que dizer de um filho de um pastor
que usa drogas, bebe fiado e o dono do bar vai cobrar a sua conta na
casa do pastor. Será que tal pastor terá condições morais para
testemunhar diante do dono do bar? Filhos que brigam nas festas,
roubam os pais para manter seus vícios, vivem juntos, amigados com
mulheres, mantendo um relacionamento contrário a bíblia, a qual o pai
nos seus sermões condena diariamente. Filhos desviados da igreja, que
vai uma vez perdida, não se interessam pelas coisas de Deus. Como tal
pastor poderá pastorear, aconselhar os filhos de seus membros, se
dentro de sua casa é uma verdadeira babel? O pastor chamado tem
filhos que honram o pai e o ajudam no ministério.
f). – Continuando o que mais diz Tito? “...nem são insubordinados..”
I - No grego é “anupotaktos”, que significa “não sujeito”
“indisciplinados”, “desobedientes”. Isso é uma das tentações que
assolam os jovens, cujas personalidades são instáveis, aos quais,
naturalmente, falta o respeito pelos anciões e pela autoridade
devidamente constituída(ver Efésios 6.1 acerca da necessidade dos
filhos serem “obedientes” aos filhos). Os filhos que são rebeldes em
casa, com freqüência se mostram rebeldes em sociedade, entrando em
dificuldades perante as autoridades civis. Esses filhos desordeiros não
mostrarão respeito pela posição de seus pais, na igreja, e nem por suas
aspirações espirituais; e isso desqualifica seus pais para posições
eclesiásticas.
II - Os filhos desses homens são motivo de má reputação para seus
progenitores. Todos os de fora perguntarão como é que alguém pode
confessar-se religioso, ao mesmo tempo que tem filhos profanos e
indisciplinados?
III - No entanto, lembremo-nos que alguns filhos são extremamente
difíceis de serem controlados, bem capazes de anular todo bom
treinamento no lar, porquanto, afinal de contas, são apenas
indivíduos. Contudo ainda que um homem em tudo o mais sincero e
pessoalmente santo, se não tiver podido controlar aos seus filhos, e
ainda que isso não seja culpa sua, não poderá ocupar posição de
liderança na igreja. As qualificações do trecho de 1 Tm 3.4,5,12,
apesar de não incluírem alguns detalhes aqui determinados, estão em
acordo geral com a passagem que ora comentamos.
IV - Os filhos de Eli eram maus, e finalmente o desqualificaram para o
sacerdócio.(Ver 1 Sm 2.12 ao 31). Esses filhos também tiveram um
mau fim, tendo sido julgados por Deus. Ser pastor na igreja de Deus é
questão extremamente séria, que exige todo nosso respeito. Nem todo
o homem que seja espiritual está qualificado para ser líder na igreja.
Em 1 Tm 3.4,5 é enfatizada a autoridade que o pai da família tem de
manter a ordem no seu lar; neste ponto é salientada a necessidade de
seus filhos se lhe submeterem. Ambos os aspectos devem verificar-se
no caso de quem ocupa posição de liderança ministerial na igreja de
Cristo.
V. O pastor deve certificar-se de que suas relações familiares constituí-se
exemplo de vida piedosa que todos possam ver. Sabendo que
perdendo a família, também perde o ministério. O pastor deve buscar
para o matrimônio, uma companheira que realmente esteja capacitada
para auxilia-lo no ministério(1 Tm 3.11). Casado, o pastor deve tratar
sua esposa e filhos com todo o respeito, amor e disciplina cristã,
constituindo-se modelo para o rebanho(Ef 5.25-33; 6.4; 1 Tm 3.4-5).
O pastor deve proceder corretamente em relação à sua família,
esforçando-se para dar-lhe o sustento adequado, o vestuário, a
educação, a assistência médica, bem assim, o tempo que ela
merece(1Pe 3.7; 1 Tm 3.4,5; Tt 1.6; Lc 11.11,13). O pastor não deve
comentar em presença dos filhos, principalmente os de menor de
idade, os problemas, e as aflições da obra ministerial(1 Cor 4.14)
VI. É lamentável vermos um pastor fora desses princípios, me parte o
coração. Mas, o mais lamentável ainda é uma igreja ou comunhão
aceitar tal pastor para estar a frente do rebanho, ou ocupar cargos na
comunhão. Como pode uma igreja que se de bíblica(aquela que segue
a bíblia) convidar e empossar um pastor que não esteja dentro das
qualificações acima exigidas por Deus? Como pode igrejas e a
comunhão apoiar um pastor desse? Fico imaginando como Deus fica
triste em ver a Sua igreja em desobediência. O negócio é quem em
vez de agradarmos a Deus e Sua Palavra, as vezes escolhemos
agradar os homens. E quando fazemos isso? Quando deixamos de
cumprir as exigências de Deus e seguimos os nossos próprios
conceitos, o que eu acho é o que importante.
Quando o partidarismo toma de conta das minhas decisões. Quando
as influências e circunstancias exteriores ditam o que devemos fazer.
Aí estamos agradando aos homens e não a Deus.
6.3.3. O Chamado é dotado de qualidade morais que permitirão o seu
Bom desempenho no ministério. Quais são essas qualidades?
a). “..Irrepreensível...” A palavra tem o sentido de alguém que não pode
ser acusado de algo que venha desabonar sua moral. A idéia aqui é a
mesma de Daniel, onde os seus inimigos procuraram falha de seu
caráter, sua integridade e não acharam nada que lhe acusasse na
presença do rei, vindo assim lhe desqualificar.
b). “.....esposo de uma só mulher..” Essa frase tem gerado vários conflitos
de pensamento entre os teólogos, essas são as linhas de pensamentos:
I – O pastor deve ser casado
II – O pastor não pode ter um segundo casamento
III – O pastor fica proibido de casar novamente mesmo depois de ser viúvo
IV – O pastor tem como esposa a igreja e não pode se casar com mulher
nenhuma uma vez que é casado com a igreja
V – O pastor deveria ser fiel a sua esposa: pessoalmente fico com essa
posição. O texto esta exigindo fidelidade marital a uma só mulher.
Nesse caso, exige-se do pastor que viva uma vida matrimonial
exemplar(o casamento fica implícito), fiel a uma só mulher numa
cultura em que a infidelidade marital era comum e, às vezes, implícita.
Seria, é natural, um meio de se eliminar a poligamia e o divórcio e novo
casamento, mas não eliminaria necessariamente, o novo casamento de
um viúvo. Embora ainda haja muito o que se dito a favor do segundo
ponto, a preocupação de que os líderes da igreja vivam vida matrimonial
exemplar parece ajustar-se melhor ao contexto, dada a aparente
desvalorização do casamento e da família apregoada pelos falsos
mestres(4.3, 3.4-5)
VI – Notemos que a passagem de 1 Tm 4.3 condena àqueles que se
opunham ao matrimônio(conforme faziam os gnósticos ascetas e os
essênios); pelo que podemos concluir que o autor sagrado recomenda
que os principais líderes da igreja sejam homens casados, embora isso
não seja declaração na forma de um mandamento ou de um dogma
positivo. Mas não há que duvidar que esta é a situação desejável.
Todavia, um homem solteiro, de grande piedade, não deveria ser
barrado de ocupar qualquer oficio eclesiástico. Paulo não era casado,
embora alguns diga que sim. É difícil, todavia, comprovar que ele
tenha sido casado só por ter participado do Sinédrio. Não sabemos com
certeza se ele de fato era um membro do Sinédrio, nem é absolutamente
certo que, no período anterior ao ano 70 A.D, os membros precisavam
ser casados . Prefiro ficar com a bíblia que diz pela boca do próprio
Paulo ser ele solteiro (1 Cor 7.7-9).
c). “....vigilante...
I – A expressão “vigilante” muitas vezes se relaciona, no grego, ao uso de
bebidas alcoólicas. Contudo, uma vez que está dito de modo específico
no v.3, não dado ao vinho, o termo talvez esteja sendo usado de
maneira figurada, significando: “livre de todas as formas de excesso,
paixão ou temeridade”(2 m 4.5).
II - Todo pastor deve evitar as leviandades da juventude, se afastar daquilo
que o atrai, e que possa leva-lo a cair em pecado. Precisa ser vigilante.
d). “.....sóbrio e honesto..”
I – Palavras que muitas vezes ocorrem juntas nos escritos pagãos como
elevados ideais de comportamento. Portanto, um pastor deve estar
acima, e não abaixo, desses ideais.
II - A palavra honesto significa – digno, bem comportado, sincero, palavra
usada exclusivamente aqui e em 1 Tm 2.9. Um pastor deve ser
autocontrolado, ordeiro, dono de boa conduta e de boa reputação.
e). “....hospitaleiro..”
I – Na epistola a Tito essa idéia é enfatizada ainda mais intensamente. Todo
o pastor deveria se amante da hospitalidade. E isso deveria ser feito sem
murmurações mas antes, livre e espontaneamente, como demonstração
do amor e da amizade fraternal se lê em 1 Pedro 4.9.
II - Havia a necessidade de hospitalidade na igreja primitiva, porquanto
naquele tempo eram raríssimas as hospedarias, as quais, com grande
freqüência, eram antros de ladrões e meretrizes. Os crentes , porém, que
são membros da família cristã, deveriam ter interesse por seus irmãos na
fé, promovendo-lhes conforto e o necessário para a vida diária.
III - Os oficiais da igreja por serem os representantes da igreja, com
freqüência tinham de receber visitantes, evangelista em viagem, vindos
de outros lugares, além se simples irmãos na fé, o que significa que
deveriam mostrar-se dispostos a cumprir essa obrigação com verdadeiro
interesse e amor cristãos.
f). “..apto para ensinar..”
I – Se exige do pastor que ele seja um mestre, conforme se vê em 1 Tm 5.17
e Tt 1.9. Isto indica mais que mero interesse pelo ensino. Indica
qualificações e disposição para ensinar. A própria palavra
ordinariamente significa, habilidoso no ensino, e de acordo com o ensino
do neotestamentário, isso só pode indicar alguém que possui o dom
ministerial de mestre. Deve haver um ministério de ensino planejado e
persistente, muito mais extenso que o permitido pela pregação nos cultos
regulares. Um bom pastor saberá como ensinar a seu rebanho, a como
tornar eficaz seu ministério de ensino.
II - Um mestre cristão deve ser guardião e depositário do conhecimento
bíblico, aprimorar-se cada vez mais em sua compreensão sobre as
realidades espirituais, aprofundando-se sempre mais o seu conhecimento
nas Escrituras.
III - A didache(escrito em cerca de 100 D.C) atribui a responsabilidade maior
do ensino aos profetas e mestres, ficando essa responsabilidade ao
encargo dos pastores somente na ausência daqueles. Isso me chama a
atenção para os pastores que faz de seu púlpito laboratório de
experiências, dão seus púlpitos a pessoas despreparadas, com o fim de
treina-los para pregar. Isso é um absurdo, púlpito se entrega a pessoas
qualificadas, dotadas de que saibam o que dizem e que tem experiência
na transmissão da Palavra. A igreja de hoje precisa, necessita de mestres
espiritualmente chamados para esse ministério, os quais não devem
poupar seu tempo e seus talentos no cumprimento de sua vocação.
g). “...não dado ao vinho...”
I – O termo grego “parainos” é aqui usado, sendo usado somente neste
Versículo e em Tito 1.7.
II – O pastor deve evitar totalmente o vinho e bebidas alcoólicas devido a
sua conduta de ministro e para evitar críticas, tentações e suspeitas. Ele
não deve ser e nem deve se arriscar a ser viciado no vinho, conforme o
termo grego aqui indica.
III - A ciência moderna ajuda-nos a definir este problema. Tem sido
mostrado que o álcool no sangue mata células cerebrais. Combinando
este fato com o ensino de 1 corintios 3.16,17, devemos dizer que a total
abstinência é o único modo espiritual de agir
h). “...não violento..”
I - No grego é “plektes”, que indica indivíduo “pugnaz”, “briguento”,
usado unicamente aqui e em Tito 1.7, em todo o N.T. Sua raiz é
“plesso”, que significa “bater” “ferir’, com um golpe direto com o
punho, ou com uma arma na mão, em contraste com “ballo”, que é
ferir com um míssil.
II - O sentido é literal neste caso, o autor sagrado não falava sobre alguém
ser pugnaz e violento nas palavras, embora isso, naturalmente, também
seja ofensa que não pode ser tolerada da parte de um ministro. Tais
ofensas verbais devem ser incluídas no significado desta palavra,
embora isso não seja diretamente aludido.
III – As Constituições Apostólicas(oito volumes de instruções, dos fins do
século IV D.C), um manual de disciplina eclesiástica, que
supostamente seriam instruções dos apóstolos a Clemente de Roma,
contem um interessante paralelo: “A um supervisor, ancião ou diácono
que bata nos crentes, quando pecarem, ou nos incrédulos, quando
fazem algum erro, desejando aterroriza-los desse modo, ordenamos
que seja deposto; pois em parte alguma o Senhor nos ensinou a fazer
tais coisas. Pelo contrário, quando foi ferido, não revidou; quando foi
vilipendiado, não vilipendiou; quando sofreu, não ameaçou”
(viii. 47,28).
i). “...cordato...”
I – No grego é “epieikes”, que significa “gentil”, “bondoso”, “pronto a
ceder” , “dotado de espírito tolerante”, pois assim o pastor
estará imitando o seu Senhor.(Fp 4.5)
II - Mo ministério o pastor irá passar por várias situações que vai provar
sua bondade, gentileza e sua tolerância. Portanto para ser pastor é
preciso ser cordato, para que tenha um ministério bem sucedido.
j). “....inimigo de contenda..”
I - No original temos aqui apenas uma palavra, “a machon”, que
significa “pacifíco”. Trata-se da forma primitiva de “mache”, que
quer dizer “batalha”, “querela”, luta.
II - Quando um pastor mostra uma atitude oposta a esta, sendo
“briguento”, estando ansiosos por participar de contendas, ao que
chamam de “defender a fé”, ou “lutar por uma causa justa”; e assim
dividem igrejas, perturbam a comunhão e, de modo geral, fazem da
igreja um campo de batalha, ao invés de contribuírem para que ela
seja um lugar tranqüilo, onde se possa aprender a piedade. Tal pastor
ta agindo fora dos padrões bíblicos.
l). “...não avarento..”
I - No grego é “aphilarguros”, usado somente aqui e em Hebreus 13,5.
Significa “Amante do dinheiro”. “Philarguros”, sem o privativo,
mas com sentido praticamente idêntico se encontra em Lucas 16.14
e 2 Tm 3.2. O termo normal para “avarento” é “pleonektes”, em
outras passagens do N.T.
II - Um pastor não se encontra na obra do Senhor por causa do
dinheiro. Ele pode esperar receber uma recompensa financeira
razoável, por trabalhar no evangelho, mas não deve esperar
enriquecer no ministério e nem deve trabalhar visando esse alvo. À
sua dedicação a Cristo deveria ser tão grande que ficasse excluída
qualquer possibilidade dessas.
III - O pastor deve ser generoso com suas possessões, dando sempre de
si mesmo e de seus bens, procurando fazer avançar o seu trabalho.
Seu dinheiro deve ser investido em seu trabalho. Não deve pensar
em ajuntar, pensando em uma aposentadoria para dentro e poucos
anos. O pastor que honra a Deus com suas finanças investindo as
mesmas na obra, jamais ficará sem sua aposentadoria. Deus suprirá
o teu sustento meu amado, confia nEle.
m). “...não neófito..”
I - É a tradução do termo grego “neophutos”, que literalmente
significa “recém – plantado”, palavra essa que normalmente alude
a “convertidos recentes”. Seu uso figurado é limitado à literatura
cristã. Ocorre somente aqui, e todo o N.T.
II - Muitos novos convertidos vieram engrossar as fileiras da igreja
cristã. Eram pessoas cheias de zelo e fogo. Sua tendência era
deslocarem, com seu zelo, os membros mais antigos da igreja. As
comunidades cristãs sentir-se-iam tentados a reconhecer alguns
desses mais zelosos novos convertidos como líderes naturais,
sendo estes nomeados para posições de responsabilidade.
III - O conselho dado aqui por Paulo pode ter sido provocado pelo
exemplo dado por um ou mais casos de ministros neófitos, cujas
carreiras terminaram melancolicamente. É preciso mais do que
zelo para que alguém seja bem sucedido no ministério. È mister
conhecimento e desenvolvimento espiritual, experiência e erro,
agonia e luta, sem falarmos na imprescindível e toda importante
unção divina. É impossível que os novos convertidos tenham tais
qualificações.
IV – “..se ensoberbeça..” No grego é “tuphoo”, que quer dizer:
“nublar”, “ludir”, e na voz passiva, “inchar”, “ensoberbecr”,
impetuoso e coragem ousada, mas igualmente se orgulham com
insensata confiança, como se pudessem voar para além das
nuvens. Consequentemente, não é sem razão que são excluídos da
honra do pastorado, até que, dentro do processo do tempo, seu
orgulho e temperamento seja dominado”.(Calvino)
V – “....condenação do diabo..” Várias interpretações tem sido
vinculadas à presente expressão. Tal expressão é usada
exclusivamente aqui, em todo o N.T. Acredito que se trata do
diabo acusar o pastor de seus erros causados pela soberba, pelo
fato de ser neófito, tal interpretação tem mais haver com o texto.
É o papel do diabo acusar os crentes quando erram diante de
Deus, nesse caso o pastor neófito seria acusado diante de
Deus.(Ap 12.10). Temos aqui em foco o juízo baixado pelo
acusador; a armadilha armada pelo acusador.
VI – “...pelo contrário..” Literalmente, o grego diz aqui, “...outrossim,
ele deve...” ou então “....deve ele também...” O versículo anterior
mostra-nos que um pastor não pode ser novo convertido, antes é
mister que seja crente há algum tempo, já bem firmado na fé,
fortalecido em sua experiência cristã.
n). “....bom testemunho..”
I - No grego é “maturia”, que significa “testemunho”. Também pode
indicar aquilo que serve como prova sobre algo; uma espécie de
reputação geral, ou então o testemunho verbal sobre a veracidade
de alguma coisa.
II – Pessoalmente acredito que o testemunho verbal a veracidade de
alguma pessoa, esteja mas encaixado com o contexto. Estão em
pauta os de fora(os incrdulos, aqueles que não fazem parte do
rebanho da igreja), mas que são testemunhas sobre a vida reta do
candidato ao pastorado. Esses devem dar um testemunho
positivo sobre a avaliação que fazem dele, para que não se torne
suspeito de algum defeito ou vício que o desqualifique.
III - É exigido do pastor, que ele seja aprovado nesse difícil teste. O
que seus vizinhos pensam a seu respeito? A sua piedade é
patente e na sua vizinhança pensam bem a seu respeito, ou isso
se limita apenas ao circulo da igreja? Seus familiares e vizinhos
sabem qual é a real qualidade de sua experiência espiritual.
Paulo recomenda, portanto, que os de fora dêem o seu parecer
sobre o caráter de todo o candidato ao pastorado, antes de ser ele
consagrado. Mas, com extrema raridade isso é uma regra
aplicada à consagração de pastores, apesar de ser uma norma
importantíssima.
IV – “...a fim não cair...” Caso um homem venha a ser devidamente
testado, pode-se evitar a “queda de um pastor”, e isso é
altamente desejável para o bem da comunidade inteira. Paulo
estar dizendo que o homem que tem um bom testemunho, que
tem experiência cristã, terá maior facilidade de resistir a
tentação, muito embora corra o risco de cair também, só que a
possibilidade de queda é mínima.
V - “...opróbrio..’ No grego temos o termo “oneidismos”, que
significa “vilipendio”, “desgraça”, “insulto”, “opróbrio”. Não
devemos pensar aqui somente em criticas hostis, como dos
caluniadores humanos, embora certamente isso venha a
acompanhar a vida do pastor que naufragou na fé. Devemos
antes pensar na idéia que transparece no sexto versículo deste
capitulo: o próprio diabo haverá de insulta-lo, de caluniá-lo, de
repreende-lo, em concordância com o texto de Apocalipse
12.10. e essas acusações podem ser feitas diante de Deus, diante
dos homens, de muitas maneiras, que faça seu nome ser
zombado e sua pessoa ser desprezada, incluindo as
caluniadores e zombadores levantados pelo próprio Satanás,
tanto de fora como no seio da própria igreja. Seres humanos
tornam-se instrumentos do diabo, nesse ridículo lançado contra
o pastor.
VI – “..laço... “ No grego é “pagis”, que significa “armadilha”,
palavra usada para indicar algo que apanhava animais. Em
sentido figurado, essa palavra indicava qualquer coisa que
representava perigo ou ameaça. O pastor pode ser embaraçado
por muitas coisas, postas em seu caminho, por Satanás. Seu
próprio orgulho e excessiva confiança podem ser algumas
dessas ciladas. O dinheiro, a cobiça, as mulheres, são laços que
podem levar o pastor a queda.
II – QUAL A FUNÇÃO OU PAPEL DO PASTOR?
Basicamente cuidar da IGREJA DE DEUS, isso pode ser visto em textos como:
1.1. Atos 20.28 – “PASTOREAI O REBANHO DE DEUS”
1.2. 1Tm 3.5 – “COMO CUIDARA DA IGREJA DE DEUS?”
1.3. 1Pedro 5.2 – “PASTOREAI O REBANHO DE DEUS”
Esse papel ou função pode ser dividido da seguinte forma:
2.1. Pastoreando o rebanho. De que forma deve ser esse pastorear?(1Pe 5.2-3)
2.1.1. “...tendo cuidado dele..”
a). Não podemos deixar de lembrar as palavras de Cristo a Pedro: ‘Alimenta
minhas ovelhas...alimenta meus cordeirinhos”(João 21.15,16) Isso exigia
um serviço dedicado, baseado na disposição espiritual que se origina do
amor a Cristo conforme o indica no contexto de João 21.
b). Esse cuidado pode ser evidenciado dentro dessas áreas:
I – Ensino – O pastor cuida de rebanho de Deus quando ensina ao mesmo
a Palavra genuína do Senhor. Para que a mesma possa dar
crescimento sadio as ovelhas do Senhor.
II – Consolo – As ovelhas do Senhor enfrentam momentos de grande
tribulação, momentos difíceis que provoca muita ansiedade em suas
vidas. Nesse momento o pastor precisará estar preparado para
conforta-las com os santos conselhos do Senhor, trazendo assim
calma a sua alma revolta.
III - Proteção – A ovelha é um animal muito dócil, frágil, precisa muito da
proteção de seu pastor, para a livrar dos perigos que tentam lhe tragar.
O diabo, o mundo, as falsas doutrinas são os piores rivais das
ovelhas, o pastor cuida do rebanho de Deus, quando dar condições de
proteção as suas ovelhas.
IV – Direção – Transmitir o amor de Cristo as ovelhas, de modo que as
mesmas possam ter atitudes compatíveis com o Supremo pastor. O
pastor deve usar a Bíblia como base para orientar as ovelhas de
Deus, fazendo assim as ovelhas terão uma ótima e seguira direção
nas questões da vida.
2.2.2. Esse cuidado deveria ser realizado seguindo as orientações abaixo:
a). “..não por constrangimento..” No grego é “anagkastos”, um advérbio
que quer dizer “por compulsão” . A forma verbal significa compelir”,
“forçar”, “exortar fortemente”. A forma nominal e raiz é “anagke”
“força” “violência”, “restrição”.
b). O ministério de amor e compaixão, como é óbvio, não pode ser
empurrado sobre quem quer que seja. O dever dos pastores não deve
ser cumprido meramente porque lhes foi dada essa responsabilidade.
Deve haver um impulso íntimo, alicerçado sobre o amor cristão, que
deve colorir todo o serviço prestado, se este tiver de ser válido.
c). Esse princípio é amplamente demonstrado em 1 Cor 13, o mero
senso de dever também não deve ser o princípio dominante de um
pastor piedoso. Sua inspiração deve provir de um nível muito
superior a esse.
2.2.3. “....mas espontaneamente....”
a). A inspiração do pastor, m seu trabalho de amor, deve porvir do íntimo, fluente e sem empecilhos, sem obstáculos de ordem pessoal. Isso sugere que todo o serviço prestado por ele deve ser um subproduto do desenvolvimento espiritual, de tal modo que seja uma obra espiritual, e não carnal.
b). Tudo quando um homem faz depende de sua experiência pessoal com o Espírito Santo. Sem isso, o serviço espiritual seria motivada por considerações erronias.
2.2.4. “ ....nem por sórdida ganância”
a). Um bom homem de palco, na igreja, talvez induzisse seu povo a
pagar-lhe um polpudo salário. De fato, muitos homens tem feito a
igreja tornar-se um excelente e bem remunerado emprego, e muitos são
os truques empregados nesse particular. Aqueles que trabalham na
igreja apenas pelo dinheiro, tem uma sórdida ganância, e seu salário se
torna um lucro imundo.
b). O ministro autêntico de Cristo não pode ser ganancioso; se o for,
tornar-se-á qual um “assalariado”, e não um pastor. (ver João 10.12).
Os principais anciões deveriam ser pagos de acordo com o princípio
que o “trabalhar é digno de seu salário” (Lc 10.7). O apóstolo dos
gentios disse que aquele que prega o evangelho deve viver do
evangelho(ver 1 Cor 9.14).
c). Pedro não estava proibindo uma compensação razoável, pelo bom
serviço prestado pelos pastores, mas antes, combatia a tendência de
certos homens de só olharem para a vantagem economia(compare com
1 Tm 3.8 t Tito 1.7).
2.2.5. “...de boa vontade...”
a). O termo grego aqui utilizado é “prothumos”, que poderia ser
traduzido por “voluntariamente” . Literalmente, significa “de coração
avançado”, isto é, “com o coração”
b). Assim sendo, esta em foco o zelo e a boa vontade. Os pastores
devem servir por “amor ao serviço do Senhor”, e não calculando o
lucro material que o seu trabalho lhes oferece. “Não são sem censura
aqueles pastores que, se pudessem ser outra coisa qualquer, seriam
tudo menos pastores”(Bengel)
c). O pastor deve servir com preocupação sincera pela glória de Deus e
visando o bem de almas imortais; estando prontos a fazê-lo com
alegria, fazendo tudo que contribuía para isso”(Jonh Gill)
2.2.6. “”...não como dominadores...”
a). No grego é usado o termo “Katakurieuo”, “tornar-se senhor”, “obter
domínio”. As palavras raízes são “Kata”, “sobre”, e “Kurieuo”,
‘dominar”.
b). Alguns pastores se transformam em “pequenos césares” na igreja,
agindo como se a igreja fosse um pequeno reino sob sua soberania.
Todos nós conhecemos supostos líderes cristãos que são dotados
de atitudes ditatoriais. E isso se torna ainda mais crítico quando
homens, que já demonstram essa tendência, tornam-se mais idosos.
Então suas tendências ditatoriais chegam ao cúmulo, e logo começam
as divisões, provocadas por atitudes. Isso se deve ao fato que tais
homens perdem a capacidade de arbítrio, e temem perder os seus
poderes. “Lutas de poder” são o resultado, e Cristo é perdido de vista
em meio à batalha. A pior parte desse quadro, já negro por si, é que
tais homens pensam que os ataques contra suas atitudes ditatoriais são
ataques contra a fé. Não podem distinguir entre questões reais e
interesses pessoais.
c). Pode-se ver, que o poder pode corromper até mesmo homens
espirituais. Não corrupção tão odiosa como a que se origina no puro
egoísmo, mas que se apresenta em público como “luta pela fé”, “luta
pela razão.” Jesus advertiu contra isso quando falou sobre a atitude
carnal dos pagãos, que eleva a uns dentre outros, obtendo aqueles a
primazia. Disse Ele: “Mas entre vós não é assim...”(Mc 10.43). Se um
pastor deseja ser grande, que tal desejo seja espiritualmente orientado,
e que se torne servo de todos, então é que será verdadeiramente
grande(Ver Marcos 10.43-45). O próprio Jesus como supremo pastor
foi o exemplo disso. Não vamos encontrar em parte nenhuma da bíblia
Jesus sendo um dominador, um tirano, dominando com mãos de ferro
suas ovelhas, e olha que tinha todo direito, pois de fato é o dono do
rebanho, diferente dos pastores que apenas cuida. Então, por que razão
muitos pastores fazem diferente? Será que o exemplo do dono das
ovelhas não servem para ser copiado por eles? Será que eles sabem
mais de como pastorear ovelhas, do que Cristo? Precisa aprender de
Cristo observando Filipenses 2.1-12, para serem humildes e Marcos
10.43-45 para serem servos do rebanho e não ditadores.
d). Os apóstolos com razão ficaram indignados ante a tentativa da mãe
de João e Tiago(talvez impelida por eles) por elevar seus filhos sobre
os demais. Um bem conhecido pregador, líder de uma igreja
evangélica, foi descrito por sua própria filha como o tipo de homem
que “governa ou arruína”. Tais homens certamente receberão o pago
no tribunal de Cristo, devido sua atitude. São carnais, e não
espirituais, e só trazem descrédito a igreja.
e). “......dos que vos foram confiados...” No grego é “Kleros”, “sorte”,
“dado” “seixo” Ou pode ser “aquilo atribuído por sorte, ou seja uma
partilha. Algumas vezes essa palavra é usada no N.T, para indicar
“herança eterna” ou seja “porção eterna”. (Ver Col 1.12). No presente
texto a palavra indica os que estão ao encargo de alguém., a “herança
eterna de Deus”, o “rebanho” de alguma congregação local. Cada
pastor tem autoridade sobre certa porção da herança de Deus, sua
igreja, e essa porção lhe é deixada aos cuidados. Isso envolve tanto
um elevadíssimo privilégio como uma pesadíssima responsabilidade.
Um pastor não deve abusar se seu cargo, tornando-se ditatorial. Mas
muitos homens não podem resistir a essa tentação, porquanto
alimentam o orgulho carnal.
2.2.7. “antes servindo de exemplo ao rebanho..”
a). Ao invés de ser ditador, um pequeno césar, o pastor deve ser um
exemplo para o rebanho. Essa é a maneira de agir.
b). “..modelos..” No grego é usado o termo “tupos”, que
originalmente significava “golpe”; então veio indicar “marca deixada
pelo golpe”. Essa impressão duplica o instrumento que a fez, pelo
que se torna cópia do mesmo. Daí o vocábulo veio a significar
“cópia” ou “exemplo”. O exemplo torna-se um “arquétipo” para
outros. Em outras palavras, aqueles que seguem um exemplo são os
que duplicam em si mesmos a natureza geral do exemplar.
c). O líder deve ter qualidades tais que aqueles que estão sob a sua
autoridade deveriam ansiar por duplicar em si mesmos as suas
qualidades. Por isso Paulo foi capaz de escrever aos crentes que se
tornassem imitadores seus, tal como ele era de Cristo
(Ver 1 Cor 11.1).
d). Todo individuo, quer ele goste disso ou não, quer se proponha a
isso ou não, torna-se uma força para o bem ou para o mal, pelo
exemplo que projeta no mundo. Ninguém é uma ilha de tal modo
que não influencie a outros para o bem ou para mal, atingindo, nem
que seja, algumas poucas pessoas. Isso indica uma espantosa
responsabilidade; e ela foi imposta a cada um de nós. Havemos de
prestar contas pelo tipo de exemplo que tivermos dado neste mundo
vil.
e). O pastor é a principal figura cristã do rebanho. Ele é o crente de
todos. Assim como um bom pastor não empurrava suas ovelhas,
mas antes, ia adiante delas no caminho(Ver João 10.4), assim
também deve fazer o pastor no caso de sua congregação. No caso
de um pastor não é possível dizer: “Fazei o que digo, mas não fazei
o que faço”. O nível espiritual da congregação dificilmente se
elevará acima do nível da integridade espiritual de seu pastor.
O pastor, não deve desempenhar um papel de ditador, empurrando
suas ovelhas. Antes, compete-lhe lidera-las, dando-lhes o seu
exemplo. Acompanhe essas passagens(1 Cor 11.1; 2 Ts 3.9;
1 Tm 4.12; Tt 2.7 e Fp 3.7)
REFLITA NESSAS CITAÇÔES:
“Palavra e vida devem corresponder uma à outra; a palavra sem a
vida, estéril é; a vida sem a palavra, não tem sentido”
(Homrighausen)
“ a historia de Cristo, e o de seus doze apóstolos, Ele ensinava, mas
antes, praticava-a pessoalmente(Chaucer)
“Ou não ensines, ou ensina com a tua vida” (Nazianzeno)
“Uma monstruosidade é ver elevada posição unida a uma vida
aviltada, uma língua grandiloqüente unida a uma vida preguiçosa,
e muito falar com pouco fruto” (Bernado)
“Pregador ou pastor, quem quer que sejas, ao lares isto, não
apliques a palavra a teu próximo, seja ele nomeado pelo estado,
nomeado pela congregação ou nomeado por si mesmo, mas toma
tudo para ti........Cuida para que teu próprio coração, teus pontos
de vista e tua conduta sejam coretos com Deus; e então prossegue
para o próximo versículo”(Adam Clarke)
2.2. Ensinar a Palavra ao rebanho:
2.2.1. O ensino é a mais importante função do pastor. Ele precisa ser muito bom no ensino, na transmissão da Palavra de Deus. Essa é a sua maior responsabilidade no seu ministério.
2.2.2. Em Efésios 4.11 é dito que Deus concedeu a igreja PASTORES E MESTRES. Estar em foco duas classes, e não somente uma como muitos teólogos dizem. O pastor precisa ser também mestre, pois boa parte de seu ministério é o ensino. “Nenhum homem é apto para ser pastor se não souber ensinar; e o mestre precisa do conhecimento que a experiência pastoral confere”(Vicent). Devemos notar que o ensino, juntamente com o evangelismo, faz parte da original Grande Comissão de Cristo à sua igreja. Tanto os apóstolos como os profetas eram mestres, e nenhum pastor pode ser um verdadeiro pastor se não for apto para ensinar(ver 1 Tm 3.2,11)
2.2.3. A tarefa dos pastores é a de transmitir conhecimento, inspirar aos crentes com grande verdades, e assim, através da instrução geral conferida à igreja. Contribuir para levar os crentes mais perto do ideal da imagem de Cristo, porque levam os homens a perceber as grandiosidade de Cristo, os seus propósitos no mundo, a responsabilidade do crente individual como membro da comunidade cristã, e a responsabilidade de santidade e consagração.
2.2.4. O pastor precisa ensinar tudo quanto é necessário para o crescimento das ovelhas. Veja o exemplo de Paulo: “Porque não me esqueci de vos anunciar todo o conselho de Deus.” (Atos 20.27). Eis aqui o modelo de um bom pastor, pleno de doutrina e de zelo: ele transmite a mensagem com profusão, mas também com discrição, sem ciúmes e sem temor, anunciando aquilo que Deus tem posto em seu coração, e o que o amor cristão inspira. Um bom pastor, no dizer de Bernardo, deve ter sempre abundância de pão em seu bornal, bem como seu cão as suas ordens. O seu cão é o seu zelo, que ele deve conduzir, mandar e moderar; e o seu bornal cheio de pão é a sua mente, cheia de conhecimento úteis; e ele deve estar sempre preparado para oferecer nutrição ao rebanho ao seu encargo.
2.2.5. Jesus disse em Mateus: “...ensinando todas a coisas..” Ensinar é um termo que reflete o traço ético sutil do evangelho: a vida no reino não consiste de mera emoção, mas consiste de compreensão na justiça. Contudo vai além da ética: é vida e é alegria. O particípio presente que vemos nesse mandamento “.....ensinando...” pode implicar que é um processo contínuo, e não algo feito apenas como preparação para o batismo, e, sim, uma apresentação planejada e organizada da verdade, conforme a temos recebido de Cristo. Esse ensino não tem meramente, como alvo a aquisição de conhecimento, mas também visa o treinamento da conduta. Sabemos como devemos agir. Cremos naquilo em que nos pode tornar e ser transformados. Por conseguinte, podemos asseverar que o alvo da instrução cristã não é meramente o de corrigir opiniões ou a doutrina, mas é corrigir a vida e desenvolver-se na vida cristã.
2.2.6. Em 1 Tm 5.17 diz: “.....especialmente os que labutam na pregação e no ensino..” Afadigam significa no original “cansar-se”, “trabalhar arduamente”, “labutar até à exaustão”. Essa palavra indica um trabalho árduo e diligente. O ensino, quando apropriadamente efetuado, envolve isso. Quão trágico é vermos os pastores e mestres, passarem de ano para ano, sem melhorarem nem a si mesmos e nem a seus métodos de ensino e ministério. Em resultado disso, as igrejas deixadas a seus cuidados morrem de fome, do que também se originam muitas disputas e tribulações, pois as pessoas, quando famintas, mesmo espiritualmente, tem mau temperamento. Nesse ponto, dos pastores, é exigido labor diligente na pregação e no ensino. Esse é o tipo de ministro que merece nosso louvor, nosso respeito e nosso dinheiro. Um numero demasiadamente grande de pastores, uma vez livres da necessidade de trabalhar fisicamente, se torna preguiçoso, não devotando seu tempo vago para melhorarem a si mesmos e aos seus métodos ministeriais. Esses terão de prestar contas a Deus por sua preguiça e negligência. E aquelas igrejas que se recusam a sustentar um bom e diligente ministro, permitindo-lhe dedicar-se inteiramente ao seu trabalho, também terão de prestar contas disso perante o Senhor, no tribunal de Cristo. O ensino do pastor deve incluir tudo quanto Cristo nos ensinou a observar. Tais ensinamentos devem ser transmitidos a outros. Mas isso requer tempo e esforço diligente.
III – COMO UMA IGREJA FIEL DEVE TRATAR SEU PASTOR FIEL A DEUS E A SUA PALAVRA?
Precisamos deixar claros que a igreja deverá honrar somente os pastores que seguem as especificações acima mencionadas. Esses pastores que são chamados por Deus, que tem as qualificações exigidas por Deus para desempenhar o ministério e cumpre bem as funções de cuidar do rebanho da forma bíblica e ensina o mesmo todos os preceitos de Deus. A esses a igreja deve as seguintes coisas:
1.1. Deve orar constantemente pelo pastor:
1.1.1. Para que tenha poder na transmissão da palavra e venha proclamar a mesma com ousadia(Ef 6.18; At 4.29)
1.1.2. Para que ele possa ter forças, disposição no seu ministério(Rm 15.30)

1.1.3. Para que ele tenha uma boa consciência e viva retamente diante de Deus(Hb 13.18)
1.1.4. Para que ele possa ser liberto das prisões que por ventura tentam armar contra ele.(Atos 12.3-5)
1.1.5. Para que ele possa suportar as aflições do ministério(Mt 26.36-41)
1.1.6. Para que Deus continue derramando a Sua graça sobre o seu ministério(2 Cor 1.11).
1.1.7. Para que ele possa se conservar perfeito e plenamente convicto em toda a vontade de Deus(Cl 4.12)
1.2. Deve conceder ao pastor um ordenado digno que possa suprir as suas necessidades:
1.2.1. Deus não quer que o pastor trabalhe fora do ministério(2 Tm 2.3-4), é dever da igreja manter a obra do Senhor com os seus dízimos e ofertas(Ml 3.10) e isso inclui o sustento do pastor. Alguns alegam que trabalham fora porque o dinheiro que a igreja é insuficiente para seu sustento, e usam até Paulo como exemplo, dizendo que o apóstolo fazia tenda porque a igreja não tinha condições para sustenta-lo. Isso não é verdade, Paulo fez tendas para não causar obstáculo a pregação do Evangelho(1 Cor 9.11,12), e não porque a igreja não tivesse condições financeiras de sustenta-lo.
1.2.2. Se o pastor prega o Evangelho deve também viver do Evangelho, ou seja, sustentado por sua igreja(1 Cor 9.4-14). Paulo, pois, dizia assim é que devem correr as coisas na igreja cristã. È desejável que os pastores sejam dispensados de seus labores diários a fim de que tenham tempo suficiente para buscar ao Senhor, para caminharem pela estrada espiritual, para que se preparem e sejam capazes de servir a igreja.
1.2.3. A igreja que estar sendo instruída na Palavra, faça participante de todas as coisas boas aquele que o instrui(Gl 6.6). Se o pastor, de acordo com seus dons espirituais, serve a outros, e dedica o seu tempo a tal serviço, então as ovelhas que são servidas tem a responsabilidade de suprirem as necessidades físicas do pastor, pois, ordinariamente, não terá tempo suficiente para ganhara sua própria vida.
1.2.4. O pastor que é fiel ao ensino e se afadiga para trazer para o seu povo o melhor de Deus, deve receber dobrada honra, ou seja, um bom rendimento(1Ts 5.17). Os pastores que se dedicam ao ensino são especialmente salientados como aqueles que merecem essa diferença quanto ao pagamento e ao respeito, porquanto estão ministrando a outros as palavras da vida, precisando de tempo para se devotarem a esse importante trabalho, sem a necessidade de serem por demais tolhidos pelas pressões financeiras. A experiência humana, na igreja, prova quão grande obstáculo a necessidade de ganhar o sustento da vida pode ser para um homem, quando poderia melhor servir a Cristo e à as igreja, com todas as suas forças.
1.3. Deve respeito ao seu pastor. O respeito pode ser demonstrado das seguintes formas:
1.3.1. Através da Obediência: A obediência ao pastor é exigida biblicamente(Hb 13.7,17). Obedecer de certa forma é prestar respeito a autoridade pastoral, que o pastor tem sobre sua vida como líder espiritual. A obediência ao pastor é devida pelas seguintes razões: 1. Porque eles pregam a Palavra de Deus; 2. Porque velam pelas almas das ovelhas; 3. porque eles irão desempenhar o trabalho com alegria, vendo a obediência do rebanho. Essa obediência deve ser feita de bom grado, caso contrário como diz o versículo 17: “..porque isto não aproveita a vós outros.” Não é vantajoso a obediência quando é oferecida de mal grado. “Que também vos sujeitai-vos aos tais, e a todo aquele auxilia na obra e trabalho.”(1 Cor 16.16)
1.3.2. Ouvindo suas instruções, bíblicas: “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é mensageiro do SENHOR dos Exércitos.”(Ml 2.7) “Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedeis em conformidades com as suas obras, porque dizem e não fazem(Mt 23.3)
1.3.3. Seguindo seu exemplo; “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo”(1 cor 11.1) “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andai”(Fp 3.17)
1.3.4. Considerando-o mensageiro de Deus. “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos ministros de Deus”(1 Cor 4.1). “E não rejeitastes, nem desprezastes isso que era uma tentação na minha carne, antes me recebestes como anjo de Deus, como Jesus Cristo mesmo’ (Gl 4.14)
1.3.5. Não o desprezando. “Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.”(Mt 10.40). “Quem vos ouve, a mim me ouve; e quem vos rejeita a vós, a mim me rejeita; e quem a mim me rejeita, rejeitará aquele que me enviou” (Lc 10.16). “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza.”(1Tm 4.12).
1.3.6. Resguardado a sua reputação de comentários e acusações infundadas: Não aceitando nenhuma acusação contra seu pastor sem que haja duas testemunhas. Sem que as acusações sejam devidamente comprovadas, até que se prove o contrário o pastor tem de ser defendido por suas ovelhas. (1 Tm 5.19)
1.3.7. Amando: “Portanto, assim como em tudo abundais em fé , e em palavra, e em ciência, e em toda a diligencia, e em vosso amor para conosco, assim também abundeis nesta graça.”(2 Cor 8.7) “vindo, porém, agora Timóteo de vós para nós, e trazendo-nos boas novas da vossa fé e amor, e de como sempre tendes boa lembrança de nós, desejando muito ver-nos, como nós também a vós”. (1 Ts 3.6)
1.3.8. Não emprestando a língua para o diabo falando mal do pastor, nem emprestando o ouvido para tais comentários. Muitos crentes adoram passar seu tempo falando mal de seu pastor, da sua família, e de sua administração. Mas isso acontece devido ter alguns crentes horríveis que empresam os ouvidos para escutar todo esse lixo do inferno, é uma verdadeira praga que tem proliferado na igreja de Cristo. (Tg 4.11) diz: ‘Irmãos, não faleis mal uns dos outros...”
1.3.9. Dando-lhe alegria: “Como também em parte reconhecemos em nós, que somos a vossa glória, como também vós sereis a nossa no dia do Senhor Jesus” (2 Cor 1.14). “E escrevi-vos isto mesmo, para que, quando lá for não tenha tristeza da patê que deveriam alegrar-me; confiando em vós todos, que a minha alegria é a de todos vós.(2 Cor 2.3) “Pois, quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos, na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sois vós? Sim, vós sois realmente a nossa, glória e a nossa alegria.” (1 Ts 2.19-20)
1.3.10. Tratando-o bem, em alta reputação: Eliseu foi devidamente respeitado por uma mulher chamada de Sunamita. Ela juntamente com seu marido fez um quarto nos fundo de sua casa para hospedar o homem de Deus, essa história estar registrada em 2 Rs 4.8-11. Deus recompensa pessoas que trata bem seus servos. A mulher Sunamita que era estéril deu luz a um filho, a prostituta Raabe foi salva por ter protegido a Josué e Callebe. A viúva de serepta teve farinha e azeite em fartura, depois de ter tratado bem o servo de Deus. Quem trata bem um servo de Deus, certamente será bem recompensado pelo Senhor. “Recebei-o, pois, no Senhor com todo gozo, e tende-o em honra”(Fp 2.29). “E que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. tende paz entre vós”(1 Ts 5.13) Essa paz inclui a paz entre a igreja e seu pastor.
O que acontece com quem trata mal os servos de Deus?
2.1. Deus pode castigá-los com doenças(Nm 12.1-2, 9-10)
2.2. Deus pode castiga-los com a morte físca(2 Rs 2.23-24)
2.3. Deus pode lança-los no inferno(Nm 16.1-4; 28-34)
2.4. Certamente não ficará impune quem maltrata os servos de Deus(1 Sm 26.9)
2.5. Veja advertência de Deus quanto aos seus servos pastores(1 Cr 16.19-22) É bom lembrar que se refere aos pastores que obedecem a Deus, os que estão compromissados com a Sua vontade. A esses as ovelhas devem honrar, obedecer(Dt 18.18-19) Já os “pastores” nó cegos, devem ser colocados para fora da igreja, porta a fora, não tenha medo deles, pois o Senhor não os aprova, são lobos, ladrões.(Dt 13.1-5; 18.20-22).
CONCLUSÃO: Foi apresentado neste pequeno estudo, três aspectos importantes que descrevem qual deve ser o perfil de um pastor a luz das Escrituras. 1. Ele precisa ser chamado por Deus e desenvolver em sua vida as características bíblicas para que os homens possa reconhecer seu chamado; 2. Precisa desenvolver bem suas responsabilidades pastorais, cuidando do rebanho de todas as suas necessidades e ensinando todo conselho de Deus; 3. A igreja precisa oferecer a esse pastor respeito, sustento e todo o cuidado necessário . Que Deus nos ajude a vivermos esse estudo nas nossas vidas e que tanto igreja como pastor procure dar um ao outro o que lhe é devido.

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